EDISON LOBÃO CRITICA POSIÇÃO DA IGREJA SOBRE REFORMA AGRÁRIA
O senador Edison Lobão (PFL-MA) criticou hoje (dia 19) o documento da Igreja Católica intitulado "Para uma melhor distribuição da terra, o desafio da reforma agrária", divulgado pelo Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, do Vaticano. "O documento foi infeliz porque se opõe à orientação do próprio Papa, que não admite invasão de terras, em nenhuma circunstância", disse.
- O documento teria conquistado maior credibilidade - princípio maior que deve caracterizar os pronunciamentos cristãos - se tivesse incluído a informação de que se realiza no Brasil o maior projeto de reforma agrária já levado a efeito no mundo. Devia também ter ressaltado que a administração Fernando Henrique Cardoso, encarando com seriedade o problema agrário, já distribuiu mais terras do que todos os governos brasileiros anteriores somados - acrescentou.
Edison Lobão considerou "precipitadas" as declarações que, paralelamente à divulgação do documento, foram feitas pelo presidente do Conselho, o cardeal francês Roger Etchegaray. Conforme o senador, "Sua Eminência, contrariando frontalmente reiteradas afirmações do papa João Paulo II, não teve qualquer constrangimento em defender as ocupações de terra, considerando-as legítimas em casos extremos, assim reafirmando a parte do documento clerical que diz textualmente: "Quem se encontra em extrema necessidade tem direito a tomar aquilo de que necessita das riquezas dos outros".
- Este é um estímulo a meu ver perigoso, injusto e anticristão. Chego a acreditar que a João Paulo II não agradarão as posições do presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz -advertiu.
O Conselho do Vaticano, na opinião de Edison Lobão, não está devidamente informado sobre o que se passa no Brasil, pois, caso contrário, teria mencionado o documento "Reforma Agrária - Compromisso de todos", elaborado pela presidência da República no início do ano passado."Ali se encontra, nas suas 94 páginas, um magistral histórico sociológico sobre o que podemos chamar de a nossa cultura agrária", acentuou.
Lobão destacou, que "cumprida a meta oficial de serem assentadas 100 mil famílias em 1998, tal compromisso custará à nação cerca de R$ 4 bilhões. Nos dois primeiros anos do atual governo, foram gastos cerca de R$ 2,7 bilhões com a reforma agrária. Em 1997, o orçamento estimou um aumento de 80% sobre os gastos despendidos em 1996, isto é, nos projetos de reforma agrária seriam investidos mais de R$ 2,5 bilhões".
- É estranhável que o documento do Vaticano não se tenha referido a essas conquistas do governo brasileiro - ponderou.19/01/1998
Agência Senado
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