Educação está na base de "milagre irlandês", diz novo embaixador em Dublin



A educação está na base do chamado "milagre irlandês", disse nesta quinta-feira (12) o ministro de primeira classe Pedro Fernando Brêtas Bastos, cuja indicação para o posto de embaixador em Dublin recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Antes visto como um dos mais atrasados países da Europa, recordou o embaixador, a Irlanda passou a ser conhecida - após os investimentos em educação, ciência e tecnologia - como o Tigre Celta.

Em 1988, relatou Brêtas, a revista inglesa The Economist classificou o pequeno país como "o mais pobre entre os ricos". Nove anos mais tarde, comparou, a mesma revista chamou a Irlanda de "luz brilhante da Europa". Durante o período que separou as duas reportagens, o país começou a colher os frutos de duas vantagens comparativas: os pesados investimentos na educação e os recursos provenientes da União Européia para a atualização de sua infra-estrutura.

- Nos anos 60 ocorreu uma revolução na educação. Se antes ela era voltada apenas para uma elite, foram então criadas as condições para uma educação em massa, com a construção de escolas modernas - relatou Brêtas, que deixa, após quatro anos, o cargo de assessor internacional da Presidência do Senado.

Além de modernizar a sua infra-estrutura, disse ainda o embaixador, a Irlanda reduziu a tributação das empresas. Os impostos reduzidos e a alta qualificação da sua mão-de-obra atraíram grandes investimentos estrangeiros, especialmente na área de tecnologia da informação. Em 2001, a Irlanda chegou a produzir mais programas de computador que os Estados Unidos, tradicionais líderes no setor.

Brêtas informou que sua intenção é a de "colocar o Brasil no mapa da Irlanda". Ele observou que o país tem um potencial de compras no exterior de aproximadamente US$ 100 bilhões. Além disso, observou, o Brasil pode atrair turistas irlandeses - que convivem boa parte do ano com um clima inóspito - para as suas praias tropicais. Desde que sejam criados, como lembrou, vôos diretos entre os dois países.

A mensagem de indicação de Brêtas teve como relator o senador Romeu Tuma (PTB-SP), que elogiou o trabalho do embaixador como assessor internacional no Senado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que participaria de um debate sobre o programa de renda mínima na Irlanda.

Suíça

A CRE também aprovou mensagem presidencial que indica a ministra de primeira classe Maria Stela Pompeu Brasil Frota para o cargo de embaixadora do Brasil na Suíça. O relator da mensagem foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que elogiou "a capacidade e o talento" da embaixadora e disse ter orgulho de vê-la representando o Brasil em Berna.

Em sua exposição, Maria Stela informou que a Suíça foi o quarto maior investidor estrangeiro no Brasil em 2006, com US$ 1,6 bilhão. Muitas empresas daquele país têm presença tradicional no Brasil, como recordou. O comércio ainda é deficitário para o lado brasileiro, informou a embaixadora: foram US$ 1,1 bilhão de exportações e US$ 2,2 bilhões de importações, em 2007.

As vendas brasileiras ainda estão concentradas em produtos como alumínio e pasta de madeira. Na opinião da embaixadora, porém, há espaço para se aumentarem as exportações de produtos de maior valor agregado, como aviões e veículos.



12/06/2008

Agência Senado


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