Educação: Ilustrações de animais mostram como a a Zoologia evoluiu através dos séculos
Essa é a finalidade da exposição instalada no Museu de Zoologia da USP
Essa é a finalidade da exposição instalada no Museu de Zoologia da USP
Desde os traços rupestres nas paredes das cavernas até os modernos recursos da fotografia e do cinema, o ser humano demonstrou admiração pelos animais com a ajuda de desenhos. Tal fascínio, ao longo dos séculos, acabou se tornando ciência. Para mostrar a importância das ilustrações na evolução do conhecimento científico, o Museu de Zoologia da USP, no bairro do Ipiranga, preparou a exposição Ilustração em Zoologia: da Paisagem ao Microscópio, inaugurada em dezembro e segue até julho.
A exposição é dividida em dois segmentos, cada um ocupa um corredor do espaço do museu dedicado a mostras temporárias. No primeiro, reuniu reproduções de ilustrações em ordem cronológica. Logo no início, uma caverna estilizada, imaginada pelo artista Paulo von Poser, apresenta desenhos de animais nas paredes feitos por homens pré-históricos.
Mosaicos e caças
O módulo seguinte é a Antiguidade, em especial a arte grega de representação da natureza. Cândido observa que o povo helênico desenvolveu curioso sistema de mosaicos (pedras), para retratar os animais. "Os gregos tinham seu próprio método de classificação dos bichos", explica.
Neste espaço, o visitante interage, exercitando o sistema grego de classificar a fauna. Cândido informa que o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) fundou a Zoologia como ciência e escreveu o primeiro livro ilustrado sobre o tema. "Trabalho que infelizmente se perdeu no tempo, e o que conhecemos dele é por meio de citações de outros autores."Novos mundos - Avançando os séculos, o visitante verá, no módulo da Idade Média, reproduções de imagens de livros e de ilustrações da época. No período, os bichos passaram a ser mostrados pelos desenhos, reproduzidos em livros caríssimos, de pergaminho, ou que ganharam as paredes dos castelos, em aquarelas. Tal encantamento na Europa medieval era em razão do hábito da caça, exercido principalmente pelos senhores feudais.
Logo depois, um painel do tamanho da parede simboliza o Renascimento, época de efervescência cultural na Europa, descobrimento de novos mundos, invenção da imprensa e resgate da arte greco-romana. Cândido, historiador de formação, observa que a América intrigou os cientistas da época, que cruzaram os mares em busca de novos animais.
Ilustrações renascentistas - As ilustrações renascentistas mostram tons naturalistas, com ênfase na paisagem, para ambientar melhor a fauna. "O surgimento do livro impresso também colaborou para disseminar as ilustrações com finalidades científicas", frisa Cândido. No passo seguinte, a exposição apresenta o microscópio e a lupa, equipamentos que aperfeiçoaram a ilustração científica, fornecendo particularidades de animais pequenos, como os insetos. Na parede, a representação do primeiro desenho microscópico: uma abelha traçada por Francesco Stelluti, em 1625. A invenção desse aparelho, que desvenda o mundo dos seres diminutos, é atribuída a Galileu Galilei.
O Museu de Zoologia da USP mantém e conserva coleções de animais de todos os tamanhos e espécies, realiza pesquisas científicas, promove o ensino e difusão cultural à comunidade. Seus pesquisadores estudam principalmente faunas da Região Neotropical (américas do Sul e Central). Oferece pós-graduação, disciplinas universitárias, cursos de extensão e estágios.
As pesquisas são nas áreas de taxonomia, sistemática, evolução e biogeografia. Tem cerca de 8 milhões de exemplares conservados em meio líquido ou a seco, dos quais 2 mil estão expostos à visitação. Outra atração são os modelos de dinossauros, logo na entrada, que atraem a molecada. A instituição também é responsável pela Estação Biológica de Boracéia, reserva de Mata Atlântica em Salesópolis, SP.
SERVIÇO
Museu de Zoologia da USP
Avenida Nazaré, 481 - Ipiranga - São Paulo
Telefone (11) 6165-8100
Informações pelo site www.mz.usp.br
Horários
De terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas
Ingresso: R$ 2 - Meia-entrada para estudantes e professores da rede estadual de ensino, e gratuita para crianças até 6 anos e adultos acima de 60, escolas públicas ou instituições assistenciais e deficientes.
02/06/2006
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