Educação: Secretária viaja pela educação de São Paulo



Maria Lúcia Vasconcelos viu de perto documentos e equipamentos escolares do século passado, durante visita ao CRE Mário Covas

 Ao cumprir a agenda da manhã desta segunda-feira, 24 de abril, a secretária de Estado da Educação, Maria Lúcia Vasconcelos, não fez apenas uma visita ao Centro de Referência Mário Covas. Ela fez, na verdade, uma viagem no tempo e passeou pela história da educação de São Paulo, encantando-se com o passado revelado em documentos raros, como as Cartilhas Sodré e Caminho Suave , e com o presente futurista que fala por sites, DVDs e Internet (há oito computadores para uso do público), uma face que também identifica o CRE Mário Covas, subordinado à Secretaria de Estado da Educação.

Surpresa com o volume e a qualidade do material existente no Centro de Referência, Maria Lúcia Vasconcelos recebeu informações detalhadas da coordenadora Maria Almeida Salles, que apresentou à secretária os vários ambientes que compõem aquele espaço, e criou oportunidades de interação com alguns equipamentos do acervo. Por exemplo, a carteira escolar de madeira, de meados do século passado, com espaço para o tinteiro e a caneta de pena, mostrou-se irresistível para Maria Lúcia, que experimentou a escrita com tinta azul e mata-borrão para enxugar cuidadosamente o excesso de tinta no papel. Nesses tempos de domínio da caneta esferográfica, a versão tinteiro é um acontecimento.

Raridade: O Pagador de Promessa

Para uma educadora convicta e dedicada como Maria Lúcia Vasconcelos, o Centro de Referência Mário Covas mostrou-se um universo de saber abrangente e sabor diversificado. Funcionando como uma grande biblioteca temática – a ponto de ser uma das maiores existentes no Brasil na área de educação – o espaço possui acervo documental e virtual e um Memorial da Educação, atendendo toda a comunidade acadêmica e segmentos da sociedade civil. Além da biblioteca informatizada (Núcleo de Documentação) com de 40 mil itens, o CRE Mário Covas conta também com videoteca, hemeroteca, acervo museológico e acervo virtual, disponibilizados em site na Internet ( www.crmariocovas.sp.gov.br ).

Entre tantos apelos do acervo, merece destaque a Coleção Cinema e Vídeo , que reúne raridades do cinema brasileiro, como O Pagador de Promessa, de 1962, direção de Anselmo Duarte; ou Menino de Engenho, de 1965, de Walter Lima Jr., e A Moreninha , de 1971. O acesso a essas preciosidades é possível para o educador da rede pública estadual, que pode emprestar o filme depois de preencher um cadastro. O professor da rede particular também pode ver o filme, mas ele terá que assistir no Espaço Vídeo/DVD, dentro do horário de funcionamento do CRE Mário Covas, de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas.

Para o aluno ou pesquisador de universidade, o empréstimo é feito de biblioteca para biblioteca, quando feita a solicitação ao Centro de Referência.

Livros em Braille, de 1930

Ao percorrer a exposição permanente A Escola Pública e o Saber, a secretária Maria Lúcia admirou-se também com os painéis fotográficos instalados em pontos estratégicos do casarão, retratando situações das escolas públicas de São Paulo, das primeiras décadas de 1900. Outro material que chamou a atenção foi a estante com Livros Braille, com documentos que remontam à década de 1930, e onde se pode ler: “Há 70 anos, pelo menos, a preocupação com a educação especial atravessa as políticas públicas e as práticas escolares em São Paulo”. Quem visita ro CRE Mário Covas, pode conferir, nessa estante, o livro A Cabana do Pai Tomás , em Braille.

Um dos painéis fotográficos mostra alunos assistindo a um filme no cineminha , que em nada se parece com o que sabemos desse mundo mágico, hoje. Relíquia de 1908, a máquina que exibia o filme também está no CRE Mário Covas: feita de madeira, com duas manivelas que acionam um rolo de cartolina, onde imagens da história do Brasil eram passadas diante de olhinhos extasiados dos alunos da rede escolar pública. Vale dizer que as imagens na cartolina eram desenhos cuidadosamente pintados com tinta nanquim e lápis de cor!

Para a secretária Maria Lúcia Vasconcelos, a riqueza catalogada no Centro de Referência Mário Covas merece ser vista por toda a comunidade, tamanha a preciosidade. Ampliar o acesso de pesquisadores e criar dinâmicas de maior interação da comunidade com aquele espaço difusor de informações são algumas das propostas lançadas por Maria Lúcia, naquela oportunidade. Todas as possibilidades de maior abrangência da ação do CRE Mário Covas serão discutidas e detalhadas pela sua coordenadora, Maria Salles, e pela titular da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP), Sônia Maria Silva, que também acompanhou toda a visita, juntamente com Evandro Fabiani Capano, Chefe de Gabin

04/25/2006


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