Efraim comenta taxa recorde de desemprego



O senador Efraim Morais (PFL-PB) lamentou ser obrigado a tratar novamente da recorrente taxa recorde de desemprego no Brasil (13,1%), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis maiores regiões metropolitanas em abril.

- Essa fixação mensal de recordes no quesito desemprego introduz na crise social brasileira uma espécie de olimpíada às avessas, em que as marcas obtidas, em vez de aplauso, geram consternação e ranger de dentes. São as Olimpíadas da exclusão social - comparou.

Efraim observou que o resultado foi o pior de toda a série histórica do IBGE e que, entre os que estavam procurando trabalho, 47% tinham menos de 24 anos, evidenciando o ingresso maciço de jovens na disputa por um emprego. Para ele, isso é decorrência do encolhimento dos orçamentos familiares, o que obrigou pessoas que estavam na inatividade a buscarem o mercado de trabalho para complementar o rendimento familiar. -No interior, a crise é muito maior e pior-, alertou.

- A verdade, triste verdade, é que o PT tinha um projeto de poder - competente, inclusive, reconheça-se -, mas não um projeto de governo. Para atenuar esse vexame, investe na versão de que é vítima de uma herança maldita, buscando responsabilizar seus antecessores pelo vazio de idéias e inapetência administrativa de seus quadros. Ora, na medida em que mantém a aprofunda a política econômica à qual atribuía as mazelas do país, como falar em herança maldita? - questionou.

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) assinalou que os dados apresentados por Efraim foram levantados e divulgados pelo IBGE. -O triste é ver ministro falando que a crise econômica está acontecendo porque tem mais gente procurando emprego. É preciso sair da inércia. É preciso ter um projeto de desenvolvimento-, acrescentou. O senador Flávio Arns (PT-SC) disse que o desemprego e a violência são grandes desafios e, além do governo e do Congresso Nacional, têm que ser enfrentados por toda a sociedade.

A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) apresentou dados do Banco do Brasil que demonstram a criação de empregos no interior. Segundo ela, a Região Norte teve um aumento de 132% no volume de recursos liberados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); na Região Nordeste este volume cresceu 108%; e 220 mil novas contas de empresas foram abertas em um ano, uma taxa de 58% de crescimento. -Os empregos crescem mais no interior, nas áreas de agronegócios e serviços-, afirmou.

Efraim admitiu que realmente alguma coisa está acontecendo, mas é mínimo. -A senadora esqueceu de dizer que o Banco do Brasil obteve o maior lucro do semestre e que, junto com outros bancos, estão tomando as terras dos pequenos agricultores que não conseguem arcar com os juros cobrados no crédito agrícola-, rebateu.

O senador César Borges (PFL-BA) lembrou artigo do economista Paulo Rabelo de Castro, intitulado -Dissonância cognitiva-.

- Esse termo define quem não tem mais capacidade de raciocinar e descola-se da realidade, fica repetindo algo que não é realidade, mas o povo brasileiro não está se convencendo. O governo é que acaba acreditando na própria propaganda e se descola da realidade brasileira - afirmou.



26/05/2004

Agência Senado


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