Em abril de 2009, Senado homenageou centenário de Dom Hélder



Os cem anos de nascimento de Dom Hélder Câmara foram celebrados pelo Senado em sessão plenária realizada no dia 29 de abril do ano passado. Nascido em Fortaleza (CE), no dia 7 de fevereiro de 1909, Hélder Pessoa Câmara, mais tarde Dom Hélder Câmara, foi consagrado bispo auxiliar do Rio de Janeiro em 1952, mesmo ano em que foi nomeado bispo. Contribuiu para revigorar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde foi secretário-geral e atuou em defesa do ajuste dos ideais da Igreja Católica a padrões mais modernos, principalmente no que se referia à defesa da justiça e da cidadania. 

Foi também arcebispo de Olinda e Recife, de março de 1964 a abril de 1985. Naquela diocese fundou a Comissão de Justiça e Paz de Pernambuco e consolidou as chamadas Comunidades Eclesiais de Base, entre outras entidades. Ficou conhecido por lutar pelos direitos humanos e contra o autoritarismo, tendo, por esse motivo, entrado em choque com o regime militar.

Teve também participação ativa no Concílio Ecumênico Vaticano II, que, entre outras mudanças importantes, reformou a liturgia, a constituição e a pastoral da Igreja Católica, além de ser uma das fontes de influência para a formulação da Teologia da Libertação, adotada nos países mais pobres e em desenvolvimento.

Autor de 12 livros traduzidos para diversos idiomas, Dom Hélder morreu no dia 27 de agosto de 1999 em Recife, aos 90 anos de idade.

Como parte das homenagens, o Senado promoveu ainda a exposição Dom Helder Câmara: Memória e profecia no seu centenário - 1909/2009, no Salão Branco da Casa, e relançou, pelo Conselho Editorial o livro Dom Helder: O artesão da paz. Outro evento no rol de celebrações foi a apresentação, no Auditório Petrônio Portella, do documentário Dom Helder Câmara: O santo rebelde, da diretora Erika Bauer.

O documentário de 74 minutos, rodado em 35 milímetros, exibe imagens raras obtidas em instituições nacionais e internacionais - como o Instituto Nacional do Audiovisual da França - e com cineastas que acompanharam a movimentação de Dom Helder na Europa. Diferente do que ocorria no Brasil, que vivia sob censura, fora do país o arcebispo costumava expor livremente as suas ideias.

Erika Bauer também reuniu depoimentos de Leonardo Boff, Dom Marcelo Carvalheira, Dom José Maria Pires (Dom Pelé), Dom Mauro Morelli, Lucinha Moreira, Padre Reginaldo, Nélson Pilleti (historiador e um dos biógrafos de Dom Hélder, autor do livro que inspirou a realização do documentário) e a escritora Rose Marie Muraro, entre outros.



20/05/2010

Agência Senado


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