Em Plenário, senadores prestam homenagem a Itamar Franco



A sessão plenária desta segunda-feira (4) foi dedicada apenas a discursos em homenagem ao senador e ex-presidente Itamar Franco, morto no último sábado (2) em São Paulo. O requerimento para que a sessão ordinária fosse "levantada" foi apresentado pelo presidente da Casa, José Sarney.

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Foi lido ainda em Plenário requerimento do senador Fernando Collor (PTB-AL) para realização de uma sessão especial em homenagem a Itamar, prevista para o dia 10 de agosto.

Primeiro a discursar, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que Itamar foi um dos maiores políticos da história contemporânea do Brasil. O parlamentar comparou o ex-presidente da República a Milton Campos, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves e Pedro Aleixo.

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse que o Brasil perdeu um grande estadista, Minas Gerais perdeu um dos seus filhos mais ilustres, e o Senado perdeu uma importante liderança.

Para o senador Geovani Borges (PMDB-AP), Itamar vai deixar saudade.

- Itamar era um exemplo de vida, de dedicação e de ética - afirmou.

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) destacou a ousadia, a coragem, a eterna simplicidade, a honestidade e o comprometimento com o interesse nacional do ex-presidente da República.

Para o senador Paulo Paim (PT-RS), Itamar Franco era o maior líder da oposição no Senado, respeitado por senadores da base governista e da oposição.

Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a morte do senador e ex-presidente Itamar é uma perda enorme para a instituição e, sobretudo, para a oposição. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) destacou a integridade e a seriedade de Itamar.

O senador Wilson Santiago (PMDB-PB) afirmou que Itamar Franco abrilhantou a história brasileira. Para Santiago, Itamar sempre cumpriu seus mandatos com muito respeito ao povo brasileiro. Na opinião de Waldemir Moka (PMDB-MS), o Senado prestaria uma grande homenagem a Itamar se aprovasse a proposta que modifica o rito de tramitação das medidas provisórias no Congresso (PEC 11/11). A mudança nas MPs foi defendida pelo ex-presidente no início do seu mandato como senador.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) destacou que as convicções de Itamar eram baseadas na impessoalidade no exercício do poder e na soberania nacional. Ela ainda destacou que Itamar sempre agiu de "forma republicana". O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que espera que a imprensa faça justiça e escreva a biografia exata de quem foi o ex-presidente da República e senador Itamar Franco.

- Eu nunca vi uma pessoa que nem o Itamar. Na minha vida pública e na minha vida de professor universitário, eu não conheci um político no Brasil com a seriedade, com a dignidade, com a correção, com a decência de Itamar Franco. Ele parecia que estava iniciando uma movimentação para dar vida a esta Casa - afirmou Simon.

Já o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) manifestou otimismo de que outros políticos como Itamar surgirão no país. Para o senador, o Brasil tinha, tem e terá homens como Itamar Franco. De acordo com o senador Pedro Taques (PDT-MT), Itamar exerceu sua atribuição com independência, buscando a restauração do Legislativo "frente à submissão a outros Poderes da República".

- Aqui, ele pregou o "não" ao relativismo ético - disse Taques.

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), nos últimos meses, Itamar atuou no Senado como um guerreiro incansável. O senador afirmou que Itamar "deixará um espaço aqui, no Senado da República, impossível de ser restaurado". Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que, após a saída de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu a Presidência da República e ajudou os brasileiros a recuperarem a auto-estima. Cristovam afirmou ainda que o ex-presidente era um nacionalista, prezava sempre a democracia, era íntegro e "tinha atitude".

Na mesma linha, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou o "papel extraordinário" desempenhado pelo senador Itamar Franco (PPS-MG) na "transição democrática brasileira", após o impeachment de Collor. Na avaliação de Rollemberg, se não fosse a atuação acertada de Itamar, não teria sido possível o governo subsequente de Fernando Henrique Cardoso e até mesmo o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador João Pedro (PT-AM) destacou o apoio de Itamar à causa da reforma agrária e ressaltou a importância do ex-presidente na estabilização econômica do país.

- Se alguém fizer um exame de DNA do Plano Real, verá que ele é o pai - afirmou.

No encerramento da sessão, Itamar foi homenageado com um minuto de silêncio e uma salva de palmas.

04/07/2011

Agência Senado


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