Embrapa diz que agricultura será caminho para economia de baixo carbono
Na opinião do diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, a agricultura terá papel importante para tornar a economia brasileira de baixo carbono. A tese foi defendida durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Goiânia (GO) até sexta-feira (15).
Para Arraes, a agricultura pode prover vários serviços ambientais, como sequestro de carbono e proteção de áreas verdes, o que torna a indução do processo mais fácil por esta área. “Tudo isso é mais fácil na agricultura do que na indústria”, disse.
O diretor-presidente da Embrapa acredita que é possível alcançar bons resultados entre cinco e dez anos, prazo impensável para o setor industrial. “A agricultura é a indústria do futuro. Ela é responsável não só por gerar alimento, mas também energia, biomassa e fibras”, lembrou.
Os avanços do setor são resultado do alto investimento em ciência e tecnologia registrado nos últimos anos. Do 1,61% do Produto Interno Bruto (PIB) investido anualmente em ciência e tecnologia (C&T), cerca de 12% são direcionados para a área agrícola.
Dados apresentados por Pedro Arraes apontam que a safra deste ano pode alcançar 170 bilhões de toneladas de grãos. O valor bruto da produção nacional, segundo ele, é da ordem de US$ 177 bilhões por ano. Ainda de acordo com Arraes, o setor responde por 28% do PIB, emprega 37% da força de trabalho e as exportações ultrapassam os 40%.
“Não precisa existir contradição entre o meio ambiente e a agricultura”, disse Arraes, acrescentando que o Brasil tem atualmente 851 milhões de hectares, sendo que 463 milhões (54%) estão em conservação e 31% (267 milhões) são para a agricultura. Hoje o País exporta alimentos para mais de 200 nações.
Pedro Arraes também destacou o potencial produtivo do Cerrado, que responde, pelos cálculos da Embrapa, por 139 milhões de hectares agricultáveis. A produtividade média de algumas culturas como milho, soja e feijão está acima da média nacional. O milho salta de 3,5 mil quilos por hectare em outros biomas para 4,5 mil quilos no Cerrado. Já o feijão, sai de 778 quilos para 1,2 mil.
Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia
13/07/2011 20:29
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