Embrapa pesquisa influencia dos fungos do solo no desenvolvimento do amendoim forrageiro



Uma pesquisa coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Acre, apresentada recentemente pelo engenheiro agrônomo José Marlo Araújo de Azevedo aborda a influencia dos fungos no cultivo do amendoim forrageiro.
 

A pesquisa “Variabilidade genética entre acessos de amendoim forrageiro quanto à associação micorrízica e resposta ao fósforo” investigou a quantidade de fungos presentes no Banco Ativo de Germoplasma de amendoim forrageiro da Embrapa Acre, identificando 21 espécies. Também foram conduzidos estudos para verificar a variabilidade genética das plantas e de que maneira estes fungos interferem no crescimento e composição química da planta, em situações com diferentes níveis de adubação.


“O amendoim forrageiro apresenta elevada variabilidade genética, que influencia diretamente a interação estabelecida entre a planta e o fungo. Nosso propósito foi identificar materiais genéticos com respostas eficientes, que possam se desenvolver bem em ambientes pobres em fósforo, elemento essencial para o desenvolvimento das plantas”, explica a pesquisadora da Embrapa Acre, Giselle Lessa, que orientou a pesquisa.


A espécie de amendoim forrageiro Arachis pintoi, que é a mais utilizada para pastagem entre os produtores acrianos, apresenta até 22% de proteína, teor três vezes superior ao normalmente encontrado em capins. Aliado ao elevado valor nutritivo, o amendoim forrageiro possui boa aceitação pelos animais, podendo ser usado tanto na alimentação do rebanho bovino como de pequenas criações.


Além das vantagens proporcionadas à dieta animal, o amendoim forrageiro também auxilia na recuperação de pastagens degradadas. Estudos da Embrapa Acre revelam que o nitrogênio absorvido por esta leguminosa é convertido em adubo para as plantas, que se desenvolvem com facilidade. Outra vantagem é que as folhas da leguminosa também funcionam como adubo natural para o solo, contribuindo para melhorar a qualidade das pastagens. Isto aumenta o potencial produtivo do rebanho e reduz a necessidade de adubação química nitrogenada.


De acordo com o pesquisador Judson Valentim, o consórcio de pastagens atende a três questões cruciais para a sustentabilidade da atividade pecuária na Amazônia. Além de possibilitar a diversificação do pasto, como medida de contenção do ataque de pragas e doenças, representa alternativa eficiente para lidar com a mortalidade do capim brizantão, problema comum na Amazônia, e proporciona o aumento da capacidade das pastagens.


Além da utilização nas pastagens, o amendoim forrageiro vem sendo utilizado na cobertura de solos em plantios perenes, na ornamentação de praças e jardins de diversas cidades do Brasil e também na revegetação de margens de rodovias.

 

Fonte:
Embrapa

 



08/09/2010 15:43


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