Embratur planeja ações para escritórios no exterior



A partir das primeiras impressões dos mercados onde estão instalados, os executivos responsáveis pelos Escritórios Brasileiros de Turismo (ETB) estiveram na sede do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) para fechar o planejamento do trabalho a ser realizado neste ano.

Os Estados Unidos, por exemplo, receberam três dos 13 EBTs que a Embratur inaugurou ano passado em diversos países. O investimento é uma aposta no crescimento do mercado, que já é o segundo que mais emite turistas ao Brasil – foram 580 mil viajantes norte-americanos em 2012, atrás apenas da Argentina.

A América do Sul teve crescimento de 18% no envio de turistas ao Brasil durante os últimos anos. “Esse volume vai aumentar ainda mais com megaeventos”, avalia o presidente da Embratur, Flávio Dino.

De cada dois turistas que visitaram o Brasil em 2012, um veio de países limítrofes, como Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru e outros vizinhos sul-americanos, como o Chile. Foram 2,82 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de mais de 18% em relação a 2010. “É um desempenho bem significativo, acima da média mundial, e que mostra que acertamos na instalação dos EBTs, uma aposta positiva para aumentar a participação de turistas sul-americanos”, avalia Flávio Dino.

No Japão, o escritório é responsável por apresentar ao continente asiático as possibilidades turísticas do continente sul-americano. Diferente dos outros 12 Escritórios Brasileiros de Turismo, no Japão, a promoção do Brasil como destino turístico é feita em conjunto com os outros países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai). A ideia principal desta representação é unir esforços para atrair turistas de países longínquos que têm dificuldades de acesso à América do Sul.

A seguir, os principais trechos de entrevistas realizadas com executivos da América do Sul, América do Norte e Ásia.

EBT América do Norte II, sediado em Los Angeles - Maíra Chianca

Nestes primeiros meses de trabalho, quais as maiores dificuldades encontradas ao chegar ao Escritório?

A abertura do Escritório de Turismo em Los Angeles, em geral, foi bastante tranquila nestes primeiros meses de atuação. A maior dificuldade encontrada ocorreu devido ao acontecimento de dois grandes feriados no mercado, o Thanksgiven e as festas de final do ano, que interromperam o fluxo de trabalho. As primeiras reuniões foram realizadas com operadores de viagens, agências, companhias aéreas entre outros profissionais do trade com o objetivo de iniciar um relacionamento e estreitar o contato com o mercado. Os profissionais se queixaram muito da necessidade dos americanos terem que tirar visto para irem ao Brasil, mas estão muito interessados em descobrir novos destinos e ampliarem o conhecimento sobre o País.

Como foi a recepção dos profissionais do turismo do país com a chegada do EBT?

A recepção dos profissionais do turismo com a chegada do EBT foi extremamente positiva. O mercado se sente mais seguro com a presença física de um profissional que possa apoiá-lo e prover todas as informações que são necessárias. Além disso, os principais concorrentes do Brasil não possuem um representante físico na região o que gera uma vantagem competitiva para o país.

Quais ações estão no planejamento do escritório neste ano, em especial no primeiro semestre, quando acontecerá a Copa no Brasil?

Nós realizamos nossa primeira reunião de planejamento com a Embratur e agora estamos traçando todas as estratégias para a atuação no mercado. A proposta é mapearmos os principais players, estreitarmos relacionamento e realizarmos parcerias e treinamentos com os profissionais do setor. Além disso, a Embratur tem uma grande agenda de participação em eventos como a Nasfa, Imex e Road Shows com o objetivo de promover o País.

Qual a expectativa para o trabalho?

Nossa expectativa de trabalho é de capacitar os profissionais do setor, apresentar novos roteiros e destinos e ampliar o número de pernoites dos americanos no Brasil. Além disso, o lançamento do voo direto da American Airlines São Paulo - Los Angeles com frequência diária e a ampliação da frequência do voo da Korean Airlines serão peças chaves para a ampliação do número de americanos que visitam o Brasil.

EBT América do Norte III, fixado em Chicago - Michelle Margot

Nestes primeiros meses de trabalho, quais as maiores dificuldades encontradas ao chegar ao Escritório?

Uma das maiores dificuldades foi o mapeamento detalhado da cadeia de distribuição, saber quem vende e onde estão localizadas as operadoras e agências de viagem que comercializam o Brasil.

Como foi a recepção dos profissionais do turismo do país com a chegada do EBT?

O mercado não estava acostumado com a presença física de um EBT em Chicago, então, houve certa resistência por não conhecer a atuação do Escritório. As empresas que em algum momento já trabalharam com a Embratur foram muito receptivas e estão com planos de ações junto ao mercado.

Quais ações estão no planejamento do escritório neste ano, em especial no primeiro semestre, quando acontecerá a Copa no Brasil?

A realização de workshops e roadshows junto às operadoras parceiras é parte da estratégia da Embratur para apresentar o destino e treinar os agentes de viagem. Ainda está nos planos a realização de ações cooperadas com os consulados para promover o destino aproveitando a publicidade gerada pela realização da Copa do Mundo.

Qual a expectativa para o trabalho?

Com certeza a expectativa é de bons resultados. Um trabalho que é fortalecido pela presença física do EBT no mercado central dos Estados Unidos e Canadá, atuando de forma mais próxima com os operadores.

EBT América do Sul I, com base em Buenos Aires - Ney Huberto Neves

Nestes primeiros meses de trabalho, quais as maiores dificuldades encontradas ao chegar ao Escritório?

A chegada do EBT na Argentina, principal emissor de turistas para o Brasil, foi muito bem recebida pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires que, junto com a Embratur, coordena as ações do Comitê Visite Brasil no país e pelos principais operadores. É uma novidade, pois anteriormente as ações estavam concentradas em Brasília e, agora, poderemos mapear o real perfil do mercado, os principais concorrentes e traçarmos as melhores estratégias de manutenção e crescimento do número de argentinos que visitam o País. As dificuldades encontradas são pontuais, estamos em altíssima temporada de comercialização e as operadoras e agências com trabalho a todo vapor. A volatilidade da economia argentina é um fator a se considerar com extrema cautela, medidas para conter a evasão de divisas foram tomadas e o impacto foi a sobretaxação em 35% na aquisição de moeda estrangeira e nos gastos em cartões de crédito em viagens ao exterior. As operadoras traçaram estratégias de vendas parcelando a compra de roteiros em até 12 vezes sem juros para que as vendas fossem realizadas.

Como foi a recepção dos profissionais do turismo do país com a chegada do EBT?

Fomos muito bem recebidos e temos um mercado muito fiel à promoção de vendas do país. O Brasil faz parte do imaginário do turista argentino e, certamente, a alegria do povo brasileiro e as belíssimas praias do nosso litoral, fazem com que os nossos visitantes não considerem o Brasil apenas por uma viagem, mas que estejam sempre buscando novos destinos dentro do País, principalmente a Região Nordeste, considerada pelos argentinos como o "caribe brasileiro".

Quais ações estão no planejamento do escritório neste ano, em especial no primeiro semestre, quando acontecerá a Copa no Brasil?

Em relação à Copa, e pelos três países da atuação do EBT ASL I (Argentina, Chile e Uruguai) que optaram em basear suas seleções em Minas Gerais, iniciaremos treinamento nas agências e operadoras dos atrativos turísticos da região e entorno. Realizaremos no mês de abril o Goal to Brasil nas cidades de Santiago e Buenos Aires e focaremos na capacitação de agências e operadoras na comercialização do País para diversificação da oferta e inserção de novos produtos.

Qual a expectativa para o trabalho?

Temos um grande desafio pela frente, a decisão da Embratur em basear-se em Buenos Aires é acertada, pois os nossos concorrentes também têm representações no país. O mercado é extremamente competitivo e temos que analisar a concorrência e propor ações que possam manter o Brasil no imaginário dos turistas e ampliar ainda mais a sua oferta. Ações cooperadas com os principais players estão sendo planejadas de forma que o mercado conheça a nossa oferta, principalmente de produtos All Inclusive, tendência de comercialização na Argentina, Chile e Uruguai e também, dos nossos principais concorrentes como México, República Dominicana e Cuba.

Fonte:
Instituto Brasileiro de Turismo



04/02/2014 16:17


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