Emilia exalta figura de Lutzenberger



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) prestou, nesta quinta-feira (16), uma homenagem póstuma ao agrônomo e ecologista gaúcho Antônio José Lutzenberger, que faleceu no último dia 14, aos 75 anos, em Porto Alegre. Criador da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural e da ONG (organização não-governamental) Fundação Gaia, José Lutzenberger foi também secretário especial do Meio Ambiente no governo federal, entre março de 1990 e abril de 1992.

Diplomado como engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1950, Lutzemberger especializou-se, nos dois anos seguintes, em Edafologia (estudo dos solos) e Agroquímica (estudo dos produtos químicos destinados à agricultura), nos Estados Unidos.

Atuou como técnico da Companhia Riograndense de Adubos, na Sul Pampa, e também na Basf, empresa para a qual trabalhou em diversos países, entre eles Espanha, Portugal, Cuba, Venezuela, Tunísia, Argélia e Marrocos.

Em 1971, Lutzenberger criou a Associação Gaúcha de Proteção do Ambiente Natural, segundo a senadora, a primeira entidade ambientalista do Brasil. Graças a essa entidade - disse Emilia Fernandes - é que foram criados os parques da Guarita e de Itapeva, em Torres, além da Coordenação dos Estudos Ecológicos do Plano Diretor do Delta do Jacuí, no Rio Grande do Sul.

Em 1979, Lutzemberger criou a Vida Produtos Biológicos Ltda., empresa especializada em sistemas de manejo e de reciclagem de resíduos sólidos industriais para atuar nos ramos da celulose, têxtil, coureiro-calçadista e de tintas. Criou ainda a Convivial Ltda., empresa responsável pela manutenção do parque ecológico que circunda toda a área da Indústria de Celulose e Papel Riocell S/A.

Emilia Fernandes disse ainda que, a partir de 1998, José Lutzenberger engajou-se na luta contra a difusão e o cultivo de alimentos transgênicos, em razão das conseqüências negativas de tais produtos para a agricultura e o meio ambiente. Como secretário especial do Meio Ambiente, participou ativamente da demarcação dos territórios indígenas, em especial dos Yanomami e da decisão do Brasil de abandonar projetos de construção da bomba atômica. Em 1988, seu trabalho sobre produção agrícola sem uso de herbicidas químicos e sua militância na defesa da Amazônia renderam-lhe o prêmio "Nobel Alternativo" - registrou a senadora.



16/05/2002

Agência Senado


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