EMÍLIA FERNANDES ANUNCIA SEU DESLIGAMENTO DO PTB



A senadora Emília Fernandes (PTB-RS) comunicou hoje (dia 5), em plenário, seu desligamento do Partido Trabalhista Brasileiro, afirmando que o fazia "em virtude da absoluta incompatibilidade ideológica, que se acentuou ultimamente devido aos ataques infundados e agressivos à minha pessoa, patrocinados por membros do próprio PTB".

Segundo disse, sua posição reflete "fidelidade inegociável aos compromissos assumidos com os eleitores" e será entendida pelos militantes petebistas, principalmente os gaúchos, "que buscam cotidianamente a afirmação dos princípios trabalhistas".

A decisão de se desligar do PTB não foi fácil, reconheceu a senadora, mas foi tomada com "profunda e criteriosa reflexão", após análise de fatos que, a seu ver, têm colocado o PTB em situação desconfortável diante da opinião pública. Entre esses, Emília Fernandes citou a posição de fidelidade irrestrita ao governo federal e do Rio Grande do Sul, "descaracterizando o partido e dando margem a acusações de fisiologismo e de sobreposição de interesses particulares".

É inaceitável, afirmou, defender as reformas administrativa e previdenciária do governo federal, com prejuízos para os servidores públicos e aposentados, e referendar, no Rio Grande do Sul, "a política de desvalorização, descrédito e perseguição promovida pelo governo do estado aos funcionários públicos em geral e, de forma especial, aos professores e policiais".

Emília Fernandes também salientou não ser possível conciliar com a posição do PTB de negar apoio à instalação de importantes CPIs, como a do sistema financeiro. Ela assinalou que, como parlamentar agora independente, continuará defendendo uma política de desenvolvimento econômico com soberania, respeito aos interesses nacionais, fortalecimento do setor produtivo e redução das taxas de juros, entre outros princípios.

Em aparte, os senadores Ademir Andrade (PSB-PA), José Eduardo Dutra (PT-SE) e Benedita da Silva (PT-RJ) elogiaram a coerência de Emília Fernandes e a firmeza com que se determinou a defender os compromissos que a elegeram. Ademir e Benedita convidaram-na a ingressar, respectivamente, no PSB e no PT. Dutra, por sua vez, disse que Emília sempre tem votado com a oposição e que, portanto, todos os partidos integrantes do Bloco de Oposição estarão abertos à sua filiação.



05/08/1997

Agência Senado


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