Empresária confirma troca de dinheiro em Santo André









Empresária confirma troca de dinheiro em Santo André
Manipulação de "graúdo por miúdo" ocorria entre empresas de ônibus envolvidas no caso da propina do PT

A empresária Teresinha Fernandes Soares Pinto disse ontem que a Associação de Empresas do Setor de Transportes de Santo André (SP), entidade presidida por ela, trocava dinheiro "graúdo por miúdo" para as empresas de ônibus, como se faz em "feira e supermercado".

Teresinha é mulher do empresário Ronan Maria Pinto, denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por formação de quadrilha e suspeito de integrar uma suposta quadrilha que cobraria propina de empresários da região. O dinheiro seria supostamente destinado para campanhas eleitorais do PT.

Teresinha prestou depoimento ontem aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Santo André. "Eu nunca ouvi falar disso (propina). Desconheço", disse a empresária. Ela, junto de seus dois filhos, é proprietária das empresas de transporte Guainases e Curuça.

Durante o seu depoimento, Teresinha afirmou que é uma prática normal a troca de dinheiro entre as empresas e que o responsável pelas trocas seria o gerente da associação, Luiz Marcondes Freitas Júnior, acusado pelo MPE de recolher a propina nas empresas. Em seu depoimento, Marcondes disse que chegava a trocar entre R$ 40 mil a R$ 50 mil.

Entretanto, em seu depoimento, Teresinha afirmou que o valor seria de R$ 2 mil a R$ 4 mil. "Quando precisava de troco na associação, o Marcondes fazia o serviço de troca de dinheiro" relatou. Na quarta-feira, a contadora de uma das empresas revelou que o movimento chegava a R$ 120 mil por mês.

Contradições marcam o depoimento
A empresária Teresinha Pinto não soube informar porque não faria a troca de dinheiro na agência bancária da Caixa Econômica que fica ao lado de sua entidade. Outra contradição em que caiu a empresária foi uma suposta reunião entre os empresários do setor de transporte para ajudar uma outra empresa que estava passando por dificuldades.

Em seu depoimento, Marcondes disse que na reunião só encontravam-se empresários. Já Teresinha confirmou que a reunião foi acompanhada pelo ex-secretário de Serviços Municipais, o vereador Klinger Luiz de Oliveira Sousa, também denunciado pelo MPE.

O irmão do prefeito Celso Daniel, o médico João Francisco Daniel, foi acusado ontem de fazer tráfico de influência e atuar como lobista em favor da empresária Rosângela Gabrilli, primeira pessoa a denunciar o suposto esquema de cobrança de propina em Santo André.

As acusações foram feitas pela ex-mulher de Celso Daniel Miriam Belchior e pelo ex-secretário de Governo do município Gilberto Carvalho. Os dois negaram na CPI a existência de cobrança de propina na administração do prefeito petista, que foi seqüestrado e assassinado em janeiro passado.


Xiíta perde a chance no PT
Senadora Heloísa Helena reage à coligação com o PL, fica só e renuncia à candidatura ao governo alagoano

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) renunciou à candidatura ao governo de Alagoas, por discordar da aliança local com o PL, imposta pela executiva nacional do seu partido. Sua decisão, porém, ainda não foi comunicada oficialmente à Justiça Eleitoral.

Na verdade, a saída da senadora atende à linha dura imposta pelo comando do PT aos dissidentes. Não se trata só dos que se opõem à coligação com o PL, mas de todos os que, pelo radicalismo, ameacem assustar eventuais eleitores de Lula.

"Sou vítima da imposição de meu partido. Não vou me juntar aos desqualificados da política alagoana", disse a senadora, ontem pela manhã, em entrevista ao programa Cidadania, da Rádio Jornal, em Maceió.

Heloísa classificou ainda os integrantes do PL local como colloridos – aliados do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB).

Heloísa disse ainda que não iria dividir o mesmo palanque com o presidente regional do PL, deputado federal João Caldas, ligado ao usineiro Robert Lyra, do Grupo Carlos Lyra - um dos mais ricos do estado.

Os vereadores do PT por Maceió, Thomaz Beltrão e Judson Cabral, que eram candidatos ao Senado, acompanharam a decisão da senadora e também renunciaram. Também desistiram quatro dos nove candidatos do PT a deputado federal.

A desistência da senadora vai beneficiar e fortalecer o ex-presidente Fernando Collor, seu principal rival político e concorrente ao governo.


Juiz aposentado terá 14 salários na Bahia
Os 68 juízes aposentados do Tribunal de Justiça da Bahia, que recebem mensalmente um benefício de cerca de R$ 10 mil, acham que a aposentadoria é uma fase muito estafante e, por isso, resolveram reivindicar o pagamento de férias.

Três deles entraram com um mandado de segurança, contra o governo baiano, baseados numa lei estadual de 1978, que prevê o pagamento de mais um salário (o 14º) para todos os funcionários públicos civis e militares a título de "gozo das férias regulares".

O Tribunal de Justiça da Bahia julgou procedente a ação. Resultado: um prejuízo de aproximadamente R$ 700 mil por ano aos cofres do tesouro estadual.

Para tentar barrar o que considera um privilégio e evitar um efeito cascata que pode trazer desequilíbrio às finanças estaduais, o procurador-geral da Bahia, Raimundo Viana entrou com um recurso extraordinário no TJB e se não for acatado recorrerá com um agravo de instrumento no Supremo Tribunal Federal.

O procurador-geral assinalou que o STF já derrubou o pagamento de férias para magistrados aposentados.


Aprovado pedido de intervenção no ES
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) acolheu ontem pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que peça intervenção federal no Espírito Santo, apontando atentado aos direitos humanos no estado.

A resolução favorável à intervenção determina que a intervenção incida tanto no Executivo quanto na Assembléia Legislativa capixaba com objetivo, entre outros, de "produzir a efetiva investigação das atividades do crime organizado no estado e garantir a livre ação dos agentes públicos nas atribuições de apuração de crimes".

O próximo passo para efetivar a intervenção deverá ser dado agora pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que participou da reunião do CDDPH. Ele vai encaminhar o pedido de intervenção ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se o tribunal acolher o pedido, vai requerer ao presidente da República a intervenção no estado.

Dificilmente, o STF determinará a intervenção, pois os ministros consideram que a medida é grave, tem repercussões sérias para a administração pública, como a impossibilidade de o Congresso aprovar emendas constitucionais, e, portanto, deve ser evitada.


Botijão de gás deve ir a R$ 32
Preço exato ainda será definido pelos postos e pelas distribuidoras, mas reajuste vale a partir de hoje

Apartir de hoje, o gás de cozinha nas refinarias estará 6,2 % mais caro, em média. Para o consumidor final, o botijão de 13 quilos estará custando em média R$ 32, no Distrito Federal. Foi o quarto reajuste este ano, que já acumula um aumento de 63,3%. O novo preço foi anunciado pela Petrobras, que desde o início do ano conduz a política de preços do produto.

Segundo a empresa, o preço de venda aos distribuidores corresponde a 37% do preço do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ao consumidor final. O restante é formado por impostos e pela comissão das distribuidoras. Os critérios para o reajuste levam em conta a variação cambial, o preço do petróleo no mercado internacional e o preço do GLP também no mercado internacional.

Segundo o Sindigás, que representa as empresas distr ibuidoras, os reajustes variam de acordo com as diferenças de ICMS e com os gastos de transporte. As distribuidoras que operam no DF informam que o reajuste ao consumidor pode chegar a 9%. Carlos Recch, presidente do Sindicato dos Postos do DF explica que a procura por gás de cozinha no posto de que é dono foi 30% maior. "O que o consumidor podia fazer era comprar antes. Mas não chega a afetar o consumo porque todos precisam cozinhar", disse. Até o fim do dia de ontem, os postos não sabiam informar quanto estarão cobrando hoje, pelo botijão, pois dependiam do preço das distribuidoras, mas apostavam em valores próximos dos R$ 32.

Em Brasília, o valor médio cobrado antes do aumento era de R$ 28,95, em 188 pontos de venda pesquisados. O menor preço encontrado na cidade pela Agência Nacional do Petróleo, (ANP) era de R$ 26,50; e o máximo de R$ 30. O preço cobrado pelo produto no Distrito Federal já é um dos mais altos do País, abaixo apenas dos cobrados em Mato Grosso (R$ 31,48) e Mato Grosso do Sul (R$ 29,21).

Inflação do Real chega a 103%
A inflação acumulada desde a implantação do Plano Real até o mês de junho deste ano é de 103,19%, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, a Fipe.

De todos os custos acompanhados pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, a habitação foi a que mais pressionou a inflação. Em segundo lugar está o grupo transportes, puxado pela variação do preço dos combustíveis. Nesses oito anos, a gasolina subiu 209% e o álcool, 102%.

Os dados da Fipe, no entanto, apontam para uma tendência declinante. 'Desde o terceiro ano do plano a inflação está abaixo de 8%'', afirma o economista da Fipe Heron do Carmo.

A taxa acumulada entre os meses de julho de 1994 e junho de 1995 foi de 32,31%. No ano seguinte (julho de 1995 a junho de 1996), esse percentual caiu para 17,84%. Depois, 7,08% entre 1996 e 1997 e 1,87% entre 1997 e 1998. Entre julho de 1998 e junho de 1999 houve deflação de 0,50%. A seguir, uma alta: de julho de 1999 a junho de 2000 a inflação foi a 6,90% e caiu para 6,23% nos 12 meses seguintes. No último ano, completado em junho, o índice está em 5,75%.


Garfada em fundos faz poupança bater recorde
Cadernetas levam R$ 6 bilhões em depósitos só em junho, o maior nível desde que foram criadas

Assustados com a perda que tiveram nos fundos de investimento, com a mudança na contabilidade das carteiras (a chamada marcação a mercado dos títulos públicos), pequenos e médios aplicadores migraram em massa para a caderneta de poupança. Isso rendeu à caderneta de poupança a maior captação líquida mensal da história, desde que a poupança foi criada em 1966.

Segundo os dados divulgados ontem pelo Banco Central, a caderneta de poupança registrou em junho uma captação líquida de R$ 6,092 bilhões, contra os R$ 499 milhões captados em maio.

Com isso, o saldo total das aplicações em poupança no país atingiu, no mês passado R$ 125,683 bilhões, contra o saldo de R$ 119,626 bilhões de maio.

Nem mesmo nos meses de dezembro, quando a poupança normalmente registra depósitos elevados por causa do 13º salário verificou-se desempenho semelhante

A captação líquida do período foi resultado de depósitos de R$ 42,805 bilhões, menos retiradas de R$ 37,512 bilhões, mais os rendimentos creditados no período de R$ 799,233 milhões.

A razão para essa corrida às aplicações de poupança pode ser o volume expressivo de saques que ocorreu nos fundos de investimentos no mesmo período.

Com a antecipação do prazo para a marcação a mercado exigida dos fundos, de setembro para 31 de maio, muitos investidores tiveram perdas em suas cotas e optaram por sacar seus recursos, nesse momento de maior volatilidade, e recorreram à tradicional caderneta de poupança. O Banco Central aposta em que, se os fundos renderem mais, os aplicadores voltarão a eles.

As dicas para evitar perdas

Por que os fundos perderam dinheiro?

O valor de qualquer título oscila de acordo com as expectativas que o mercado tem sobre a empresa ou instituição que emitiu o título. Se você tem um título do governo brasileiro de R$ 100 e acha que o governo não vai pagá-lo, poderia estar propenso a vendê-lo por R$ 80 se alguém estivesse disposto a comprá-lo por esse valor. Muitos investidores temem que, com uma vitória da oposição nas eleições presidenciais, o governo renegocie as dívidas ou dê algum tipo de calote. Devido a esse receio, o valor dos títulos começou a cair no mercado.

Foi essa queda que afetou o resultado dos fundos: o valor das LFTs oscilou para baixo no mercado e o Banco Central obrigou os bancos a ajustar o valor dos fundos ao valor que estava sendo pago pelos títulos no mercado

Se eu deixar o dinheiro já investido num fundo DI posso recuperar as perdas?
Sim. Mas isso dependerá do humor do mercado e da política de rolagem da dívida das LFTs. Se o Banco Central conseguir contornar a crise de confiança e o valor dos títulos voltar a subir, os fundos poderão recuperar as perdas.

Vale lembrar que a regra que obrigou os bancos a ajustar o valor de seus fundos para baixo vale também para o contrário: nos dias em que a cotação da LFT subir, as cotas dos fundos também terão uma valorização.

As perdas dos fundospodem ocorrer novamente?
Sim. A partir de agora, toda vez que a cotação dos títulos cair, os bancos terão que ajustar o patrimônio dos fundos. O contrário também pode ocorrer: se o valor de mercado das LFTs subir, o mesmo ocorre com o patrimônio dos fundos DI.

A obrigatoriedade do ajuste a mercado, nome dado à operação, deixa claro que, apesar de ser um dos investimentos mais seguros no mercado brasileiro, o fundo DI também oferece um risco aos investidores, ainda que pequeno.

Devo tirar o dinheiro do fundo?
Consultores aconselham os cotistas a não sacarem o dinheiro que têm investido nos fundos. Quem sacar agora perderá definitivamente e pode não conseguir recuperar as perdas colocando o dinheiro em outros tipos de investimento.

A poupança é mesmo uma boa alternativa para os fundos?
É a opção mais segura. Só que rende menos que a maioria das demais - inclusive os fundos, pelo menos até agora. Também é preciso lembrar que nesse caso o investidor não vai recuperar o dinheiro que perdeu no fundo DI. Além disso, a poupança é a aplicação que tem o menor rendimento e, em alguns meses, pode perder para a inflação.

Vale a pena partir para as ações, o dólar ou os títulos cambiais?
Os investimentos de renda variável, como os fundos de ações e os cambiais, são opções mais arriscadas. Esses fundos, no entanto, oscilam muito e, no curto prazo, podem ter perdas bem maiores que as do fundo DI. É preciso lembrar que o patrimônio dos fundos cambiais também é composto por títulos do governo e que o risco de crédito, ou seja, a desconfiança de que o governo pode dar o calote, também afeta negativamente seu resultado.

Existe uma outra alternativa?
Tem muito investidor recorrendo aos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários). Os CDBs são usados pelos bancos para captar recursos. Funcionam como um empréstimo, você entrega uma quantia para o banco, que lhe paga juros. Nesse caso, no entanto, a viabilidade do investimento depende da quantidade de dinheiro aplicada e do prazo: os juros pagos para pequenas quantias são menores e se o prazo é curto – um mês por exemplo – o investidor paga CPMF toda vez que vai renovar a aplicação


Artigos

Brasília tem povo, senhores
Ricardo Mendes

O jornalista José Trajano e a apresentadora Ana Maria Braga perderam excelentes oportunidades para ficarem calados no início da semana, quando comentaram na TV a expectativa diante da chegada da seleção br asileira a nossa capital. O diretor do canal ESPN Brasil questionou a validade de os atletas passarem por Brasília porque, segundo ele, não haveria povo para acolher os campeões. A loira do programa Mais Você especulou que a estada dos jogadores por aqui seria breve, pois pouca gente sairia às ruas. Os dois quebraram a cara e provaram não saber nada dos brasileiros que habitam esse pedaço do território nacional.

Brasília tem povo sim, senhores. Uma gente orgulhosa da sua cidade e dos brasileiros que elevam o nome do país às alturas da glória. Meio milhão de moradores povoaram de entusiasmo o trajeto da equipe pentacampeã. A multidão subestimada pelos sabichões de outros estados encheu os olhos dos jogadores e ocupou a Esplanada dos Ministérios com a euforia de quem também se sente vencedor. Tudo isso em paz: nenhuma ocorrência policial foi registrada.

A utilização dos atletas como instrumento de promoção política na capital da República não se concretizou. E a ida ao Palácio do Planalto nada teve de oportunismo. Dada a importância cultural e cívica que a seleção e sua conquista têm para o povo brasileiro, é natural que o mandatário democraticamente eleito pela nação condecore seus heróis. A atuação do presidente Fernando Henrique Cardoso foi discreta, como manda o protocolo.

A passagem dos pentacampeões por Brasília foi um sucesso que extrapolou qualquer previsão. Prova disso é o atraso que a morosidade do desfile por nossas avenidas lotadas de gente causou no itinerário da seleção pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Infelizmente, nem tudo correu tão bem assim naquelas cidades. Na capital fluminense, pessoas incapazes de compreender a exaustão a que os jogadores haviam se submetido apedrejaram o ônibus que os levava para o merecido descanso.

A seleção triunfou no domingo. Brasília, na terça-feira. Para aqueles que associam nossa cidade exclusivamente ao poder, mostramos um povo orgulhoso dos seus ídolos populares. Como a equipe canarinho, nós brasilienses (natos ou por adoção) ostentamos o orgulho de sermos um coro afinado que reúne as dissonâncias da diversidade regional brasileira. Vivem aqui pernambucanos, como Rivaldo; cariocas, como Ronaldo; paulistas, como Cafu; baianos, como Vampeta; mineiros, como Gilberto Silva; gaúchos, como Felipão... E brasilienses, como Lúcio e Kaká. Aos preconceituosos, nosso apelo: respeitem-nos!


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Vaga no STJ divide o governo
Em agosto, o Superior Tribunal de Justiça encaminhará a FhC a lista dos indicados pela OAB para a vaga do ex-presidente do STJ, ministro Paulo Costa Leite. O presidente vai passar maus bocados: terá que escolher entre o gaúcho Luiz Carlos Madeira, apoiado pela "bancada do governo" no STF, liderada por Nelson Jobim, e o chefe da área jurídica do Banco do Brasil, João Otávio de Noronha, indicado pelo ministro Pedro Malan (Fazenda).

Careca favorita
Se as pesquisas confirmarem o crescimento do namorado da bela Patrícia Pillar, está provado: é das carecas que os eleitores gostam mais.

Recordar é viver
Heloísa Helena é uma mulher valente, mas o apoio que agora recusa, do deputado João Caldas (PL-AL), ela aceitou de bom grado em 1998, na sua campanha ao Senado. Assim como a sua candidatura a prefeita de Maceió, em 1996, contou com o engajamento dos deputados Augusto Farias (PPB), Antônio Albuquerque (PTB), João Beltrão (PFL) e Gilvan Barros (PL) etc.

Uni-du-ni-tê
O prefeito César Maia proibiu balas nas escolas municipais do Rio. As perdidas continuam liberadas.

Bóia mirim
Quem está nos bastidores da campanha garante: unindo os evangélicos da Assembléia de Deus em torno de Garotinho, o ministro Francisco Dornelles (PPB-Rio) cumpre a missão de evitar o naufrágio do candidato do PSB. Que não interessa ao Planalto, preocupado com a ascensão de Ciro Gomes.

Pensando bem...
...José Serra deve estar procurando um genérico contra a "cirose".

Tiro na testa
A fita de vídeo que pode significar um tiro na testa da candidatura de Lula do PT foi gravada, nos anos 80, por um agente do extingo SNI que se aproximou tanto do líder petista que até virou seu "amigo". As cenas foram colhidas num hotel em Manaus e - garante que as viu - são chocantes.

Decadência
Dois baianos figuram entre os dez parlamentares mais influentes do Congresso, segundo avaliação do Diap: os deputados Walter Pinheiro (PT) e Geddel Vieira Lima (PMDB). A novidade é que não há na lista nenhum membro da "bancada da malvadeza", ligada a ACM.

As lamúrias de Bustani
Exagera no chororô o embaixador José Maurício Bustani, enxotado pelos EUA da Opaq, a Organização das Nações Unidas para a Proscrição de Armas Químicas. Chefiando interinamente o consulado-geral do Brasil em Londres, ele se queixou à rádio BBC de que ainda não tem posto. Os que ele parece desejar (Washington, Moscou e Viena) já estão ocupados.

Tá feia (e suja) a coisa
Uma comissária do vôo 3703 da TAM, entre Brasília e Congonhas (SP), ontem, lavou no toalete dos passageiros, para reutilizar depois, um imundo pano descartável, sob o olhar de desaprovação e perplexidade da clientela.

Mágoa de fogo
Se algum dia pegar fogo na CBF e ligarem pedindo um caminhão dos bombeiros, a resposta certamente será: chamem o trio elétrico da Brahma.

Reflexos do penta
Contra a exploração da multinacional, o jeitinho nacional. Com a camisa oficial da seleção, da Nike, custando um salário mínimo (R$ 200), os camelôs de Brasília resolveram taxar suas falsificações: camisa fajuta da seleção sem marca da Nike custa R$ 20; com a marca (falsificada), R$ 30.

Ajuda, tio!
O bônus eleitoral de R$ 1 real veio a calhar para a equipe de marketing de Garotinho (PSB-RJ). O dinheiro acabou e está cada vez mais difícil captar recursos, com a queda nas pesquisas. A quebradeira também mexe com o candidato do governo: sem Garotinho, Lula pode até ganhar no primeiro turno. José Serra, conhecido pão-duro, pensa em comprar um bônus.

Caindo na real
Depois da festa do penta, o País reencontra os seus problemas. Até os jogadores dizem que o povo merece outras alegrias, além do futebol. Ou seja, depois da família Scolari, voltamos às famílias Esmolare.

B de Brasil
O embaixador em Lisboa, José Gregori, vai lançar festivamente no próximo dia 9, na Quinta das Mil Flores, sede da embaixada, a revista "B (de Brasil)".

Com filtro
Projeto do deputado Ayrton Xerez (PFL-RJ) dá status de medicamento aos filtros solares, quando adquiridos por portadores de lupus eritematoso sistêmico (LES). A doença se agrava com a exposição aos raios solares sem proteção. Com o novo status, os filtros poderão ser produzidos como genéricos e distribuídos gratuitamente pelo SUS.

Poder sem Pudor

Dever cumprido
No dia 25 de fevereiro de 1961, o presidente Jânio Quadros visitava Mato Grosso, sua terra. Chamou o chefe local do DNER e mandou construir uma estrada até Guaporé. Anotou a data num papel e ordenou:
- O senhor tem seis meses para construí-la. No dia exato, aqui a seis meses, espero um telegrama comunicando-me o cumprimento do dever.

O dedicado funcionário fez das tripas coração, trabalhando noite e dia, até que, na data aprazada, foi aos Correios e despachou o telegrama:
- Cheguei hoje às margens do rio Guaporé. Eu cumpri o meu dever. a) José Azevedo, chefe do DNER Mato Grosso.

Em casa, ligou o rádio e ouviu a notícia: Jânio acabara de renunciar.


Editorial

REAL: OITO ANOS

O Real completou oito anos vivendo a crise mais grave de sua história. Sobreviveu à primeira eleição presidencial e agora terá sua grande prova de fogo, pois Fernando Henrique Cardoso deixará o cargo. A maior p rova de sua força será conseguir atravessar bem outros mandatos, outras legislaturas, outros presidentes, outras linhas de pensamento. A moeda de um país é maior do que seus comandantes. Faz parte da Nação.

Mas a moeda não tem vida própria, e por isso precisa ser bem conduzida. O povo brasileiro já se acostumou com a estabilidade, e preza poder calcular quanto vai poder gastar ou economizar no fim de um mês ou um ano. Fazia tempo que não se apostava e confiava tanto em uma moeda, e esperamos que não a deixem minguar.

Lastreado pelo apoio do FMI e o governo norte-americano, o Banco Central deu mostras de que vai brigar pela moeda ao anunciar o abastecimento do mercado com dólares. Funciona como uma forma de o governo gritar para o mundo que confia na sua moeda e aposta que ela se estabelecerá. Mas é preciso, conjuntamente, afinar as contas públicas para que a defesa do Real não se transforme em sangria de recursos em vão.


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07/05/2002


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