Enquanto o mercado financeiro se estressa com a alta do dólar




- Enquanto o mercado financeiro se estressa com a alta do dólar, o interior gaúcho move a engrenagem que tem o poder de elevar a circulação de dinheiro no estado, transformando ganhos com a safra e com a exportação no círculo virtuoso da expansão da economia. Os produtores agrícolas estão lucrando com a combinação entre a elevação dos preços dos grãos no exterior, em dólar, e a disparada cambial no mercado interno.

Com mais dinheiro no bolso, compram máquinas agrícolas, carros, terras, casas. A indústria e o comércio ficam mais capitalizados, contratam e espalham o efeito-riqueza que brota da terra, das cotações internacionais e dos embarques para o exterior. Ao contrário da natureza de risco dos lucros dos americanos nas bolsas de valores - que criou a expressão "efeito-riqueza" -, a fonte do lucro não é medida em índices, mas em sacos e em embarques. (pág. 4 e 5)

- Os dias que faltam até que seja conhecido o novo presidente do Brasil exigem cautela. A cotação do dólar está muito acima do considerado razoável, mas até 6 de outubro não é possível afirmar com segurança que o recorde de R$ 3,87, registrado na sexta-feira passada, foi o teto.

Se está difícil prever o comportamento do mercado no curtíssimo prazo, as perspectivas para um período mais dilatado são de que a tempestade passará.

Esse cenário moderadamente otimista é desenhado pelo economista-chefe do Lloyds TSB, Odair Abate. Responsável por uma análise da conjuntura do País divulgada semanalmente. Usada como termômetro e bússola do meio empresarial e financeiro, Abate considera os sobressaltos dos últimos dias um exagero, resultados da combinação entre problemas reais da economia brasileira, incerteza no cenário internacional, mudanças políticas e abuso do mercado financeiro. "O mercado é um brutamontes", afirma. (pág. 16)

- Dissidentes da candidatura de José Serra misturam-se a Caetano Veloso e ao ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) Ivan de Souza Mendes na debandada de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva. Mas outras adesões vistosas, como a do empresário Eugênio Staub, presidente da Gradiente, um dos maiores grupos do setor eletroeletrônico do País, convivem com apoios incômodos ao petista.
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O crescimento de Lula atraiu boa parte do conservadorismo político brasileiro. Até representantes das oligarquias nordestinas pegaram carona na estrela. Estão com Lula políticos como Mão Santa, ex-governador do Piauí - cassado pelo Superior Tribunal de Justiça por abuso de poder econômico -, o ex-deputado Paes de Andrade, do Ceará - acusado de uso indevido da gráfica do Senado - e o ex-governador paulista Orestes Quércia - marcado por denúncias de corrupção nunca comprovadas. Todos do PMDB e donos de imensos currais eleitorais. (cad. Jornal da Eleição)


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09/29/2002


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