Enquete do Ipea aborda desafios da produtividade



Nos últimos cinco anos, 68% das empresas brasileiras participantes de enquete realizada pelo Ipea afirmam que tiveram ganhos de produtividade acima da inflação.

Esse dado está em um dos artigos divulgados pelo Ipea nesta quarta-feira, 26, em Brasília, na 31ª edição do boletim Radar: tecnologia, produção e comércio exterior.

De acordo com o estudo, entre 475 empresas ouvidas, 72,4%, declararam que os custos de produção também aumentaram entre 2008 e 2013.

Para 67% das empresas ouvidas, a baixa qualificação da mão de obra é um dos principais fatores que prejudicam a produtividade. Em seguida foi elencada a baixa escala de produção e, em terceiro lugar, o mau desempenho dos fornecedores.

Em relação à competitividade, as empresas declararam que a carga tributária brasileira é o fator que mais impacta de forma negativa o mercado empresarial brasileiro.

De autoria da diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto, Fernanda De Negri, e do técnico de Planejamento e Pesquisa, João Maria de Oliveira, o artigo foi elaborado com base na enquete eletrônica Desafios da Produtividade e da Competitividade, uma parceria do Ipea com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com a colaboração da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Artigos

O boletim Radar apresenta ainda outros quatro artigos relacionados à agenda de pesquisas da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset).

O texto de Gesmar Rosa dos Santos, técnico do Instituto, traça o perfil da expansão da agroindústria no Brasil, a partir de indicadores setoriais e regionais, e analisa em que medida o crescimento do setor se relaciona com a oferta de matérias-primas nas diferentes Unidades da Federação (UFs).

A pesquisa destaca a heterogeneidade do setor e a concentração da agroindústria em estados próximos aos maiores centros de consumo. Além disso, reforça a necessidade de integração de políticas setoriais com as de desenvolvimento regional como caminho para o desenvolvimento dinâmico da atividade agroindustrial.

Com base nos dados mais recentes da Pesquisa de Inovação Tecnológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PINTEC/IBGE), Luiz Ricardo Cavalcante e Fernanda De Negri estimam, no segundo artigo da publicação, a relação entre os gastos empresariais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2011.

Segundo o estudo, o percentual de apenas 0,55% do PIB gasto com P&D é um reflexo da estrutura produtiva brasileira, marcada pela ausência de setores intensivos em tecnologia, e não da falta de incentivos das políticas de inovação brasileiras.

As políticas de inovação e a política industrial também foram abordadas na 31° edição do boletim Radar. O artigo de Mariano Macedo, da UFPR, destaca a importância das políticas de inovação pela ótica da demanda e sugere, a partir da observação de experiências internacionais, a delimitação de um marco que referencie a análise dessas políticas.

Já Vanderléia Radaelli e Jefferson Ricardo Galetti destacam, em outro texto, a importância de políticas industriais que atuem na superação da desindustrialização e promovam a expansão da produtividade, por meio da ampliação das capacidades inovativas do setor industrial do país.

Fonte:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 



26/02/2014 15:42


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