Entidades revelam expectativa de melhoria social no Brasil em sondagem do Ipea



As embaixadas e consulados instalados no País, câmaras de comércio internacionais, empresas com controle estrangeiro e organizações multilaterais ouvidas em uma sondagem do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) se revelaram otimistas em relação à eficácia de políticas sociais implementadas pelo governo brasileiro. No entanto, esses grupos manifestaram maior preocupação sobre o desempenho da inflação, o acesso da população ao crédito e a bens de consumo. Os dados da 4ª edição do Monitor da Percepção Internacional do Brasil foram apresentados nesta quinta-feira (16), pelo instituto.

Na sondagem, as entidades participantes demonstraram otimismo quanto à expectativa de redução da desigualdade de renda nos próximos 12 meses (evolução de 17 pontos para 28 pontos entre fevereiro e maio).  Também teve resultado positivo a expectativa sobre o percentual da população vivendo em condições de pobreza no mesmo período (aumento de 26 para 40 pontos no índice). “A impressão dos agentes internacionais, no entanto, é de que nos últimos 12 meses não houve aumento da efetividade das políticas sociais, elas continuam no mesmo nível, sem elevação da capacidade de atendimento”, disse Pineli.

Os participantes foram questionados sobre os aspectos econômico, político e governamental do País, e segundo o Ipea, o setor em que foram mais pessimistas foi o econômico. Na escala de -100 a +100, o monitor registrou +4. “Houve uma acomodação da percepção desses agentes em relação ao Brasil. O segundo semestre do ano passado foi atípico, com o País crescendo muito, inflação baixa e debate eleitoral. Esse grau de euforia sofre agora uma acomodação”, explicou Pochmann.

Na edição, 170 entidades foram consultadas na segunda quinzena de maio – antes da divulgação do PIB do primeiro trimestre, segundo Ipea. 

Em comparação com a terceira edição do Monitor, de fevereiro, os resultados da nova pesquisa mostram crescimento da percepção de que o Brasil está mais influente em instituições multilaterais (como ONU, FMI e Banco Mundial), apesar de a expectativa de influência política na América Latina ter caído no mesmo intervalo (de 16 pontos para 12 pontos).

De acordo com a sondagem, 64% dos entrevistados responderam que esperam inflação de 5,5% nos próximos 12 meses – portanto, um resultado acima da meta de 4,5%. 

As impressões sobre condições gerais de crédito também registraram piora (recuo de -7 pontos em fevereiro para -14 em maio). Nesta edição, outras duas perguntas foram incluídas. Uma sobre a probabilidade de a inflação de 2012 ficar acima da meta de 4,5%. Dos consultados, 57% disseram que será maior que a meta.

Perguntados se a estratégia do Banco Central de combater a inflação com elevação da taxa de juros e adoção de medidas macroprudenciais é correta e bem-sucedida, a maioria (76%) apontou que ela é certa, mas tem efeito limitado devido à natureza de parte das pressões inflacionárias, que advém da alta internacional das commodities.


Fonte:
Ipea



16/06/2011 20:11


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