Entre os senadores da legislatura que se encerra, migrantes somam 24



A fluidez e a extrema diversidade que marcam a sociedade brasileira estão bem retratadas no Senado Federal. Ao observar a trajetória pessoal dos parlamentares, verifica-se que muitos deles percorreram variadas regiões do país ao longo da vida. Boa parte dos senadores da legislatura que se encerra não se elegeu por seu estado de origem. É o caso de 24 dos 81 - portanto quase um terço da Casa -, que nasceram em estados diferentes daqueles que representam.

VEJA MAIS

A legislação é clara: embora representante da unidade da federação, o senador pode se candidatar por qualquer lugar do país; ele precisa apenas ter domicílio eleitoral no estado que pretende representar.

O senador Augusto Botelho (PT-RR), por exemplo, nasceu em Vitória (ES), mas foi criado na capital do estado de Roraima, Boa Vista, cidade natal de sua mãe. Alvaro Dias (PSDB-PR) e seu irmão, senador Osmar Dias (PDT-PR), que construíram toda a sua carreira política no Paraná, nasceram em Quatá, no interior de São Paulo.

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) nasceu em Belém, no Pará, mas serviu no Amapá durante o serviço militar, como médico, e acabou se estabelecendo profissionalmente no estado. Poucos anos depois, elegeu-se prefeito da capital, Macapá.

O caso do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) é emblemático: nascido em São João do Sul (SC), ele se mudou para Rondônia com a família ainda bem jovem, todos movidos pelas políticas de incentivo à ocupação da Região Norte, há cerca de 30 anos.

É justamente na região Norte que se concentra o maior número de "senadores imigrantes". Para o senador Sibá Machado (PT-AC), que nasceu no Piauí, trata-se de um fenômeno natural, advindo do processo de ocupação recente do país.

- A Amazônia é a última fronteira da imigração nacional. Quando o preço da borracha caiu, na década de 50, terminou a primeira etapa da ocupação, em que foram para a região, principalmente, nordestinos. Os novos estados do Norte, como Amapá, Rondônia e Roraima, foram povoados, principalmente, por sulistas - diz Sibá.

São 12 os estados em que o "fenômeno" se dá: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Todos os senadores do Amapá, Distrito Federal, Santa Catarina e Tocantins nasceram em outros estados.



16/01/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


25 senadores da Legislatura que se encerra não retornam em 2007

25 senadores da legislatura que se encerra não retornam em fevereiro

Senadores aprovam protocolos da ONU sobre exploração de crianças, mulheres e migrantes

Legislatura é aberta com discurso de parceria entre Poderes e apoio a reformas

Financiamentos agrícolas somam R$ 26,5 bilhões entre julho e setembro

Em um mês de legislatura, senadores sugerem seis mudanças constitucionais