Entrevista do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, após assinatura de convênios c
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Repórter - Governador, o senhor fez um apelo aos prefeitos para que também economizem energia elétrica? Alckmin - Eu acho que é fundamental a colaboração de todos. Se em cada cidade o prefeito liderar esse trabalho, liderar no sentido da prefeitura dar o exemplo e motivar a comunidade, explicar a importância da redução, essa vai ser uma crise transitória. E quanto mais rápida ela for, melhor, porque preserva o emprego, preserva a arrecadação dos municípios, mantém a economia crescendo. E com isso o racionamento será mais passageiro e com menos custo para a população. E a população está muito receptiva, os consumidores estão dando um exemplo de colaboração. Há uma receptividade boa e pode ser feito um esforço grande. Repórter - Esses convênios de hoje podem ser estendidos para outros municípios, governador? Alckmin - Podem. O que nós fizemos aqui? O Estado tem muitos conjuntos habitacionais que estão praticamente prontos, mas que não podem ser entregues porque os municípios se comprometeram com a infra-estrutura, mas acabaram não tendo dinheiro. Mudou o prefeito..., enfim a população não pode sofrer por isso. Então, o Governo do Estado assumiu. Nós vamos fazer a infra-estrutura necessária e rapidamente entregar essas unidades. Até porque, se tem um conjunto com 200 casas de um município do Interior, que não foi entregue porque não ficou pronta a galeria, enquanto isso a erosão vai destruindo o conjunto. Assim, vamos terminar essa obra e entregar todas as casas para as famílias. A segunda área é a Defesa Civil, são 11 municípios. Casos graves, como Ilhabela, por exemplo, que tem uma pedra enorme com risco de rolar pela cidade. Ou seja, obras emergenciais. E, em 33 municípios, obras de transporte, que normalmente não dão muito ibope por não serem obras novas. Mas são obras importantes para conservação e manutenção. Por exemplo, pista que está pela metade, ponte que caiu, lugar que está correndo risco de deslizamento. Então, são obras de contenção, combate à erosão, cortinas atirantadas (geralmente em região de serra). Com isso, são mais de R$ 20 milhões repassados nessas três áreas. Repórter - Governador, com relação à Defesa Civil, há possibilidade de distribuição de um 'kit apagão' para as pessoas mais carentes? Essa idéia ainda continua? Alckmin - Eu posso conversar com o coronel Olavo (secretário da Casa Militar) para verificar. Mas não tem nenhuma decisão ainda em relação a isso. Repórter - Existe prazo para entrega dessas obras emergenciais? Alckmin - Na área da habitação, acho que as obras serão rápidas. Acho que em 90 dias estará tudo pronto, alguns casos até mais cedo. Existem casos em que o conjunto habitacional não foi entregue por falta de energia elétrica, porque a lógica desses convênios habitacionais é o município dar o terreno e a infra-estrutura e o Governo do Estado entrar com as casas. Então, ou é por meio de mutirão, do qual o Governo fornece o kit de material de construção e as famílias constroem, ou por empreitada, na qual o Estado contrata uma empresa para a construção das casas. Só que há casos em que a infra-estrutura não ficou pronta porque a prefeitura não conseguiu entregar. Se demorar muito, vai estragando a casa, além das famílias não poderem mudar para as novas unidades por não ter luz, água ou esgoto. O Estado vai terminar essas obras e entregar as moradias. Repórter - Governador, esse encontro com o senador Jorge Bornhausen (PFL) essa semana, tem alguma pauta planejada? Alckmin - Não, essa semana não. Quando nós recebemos o vice-presidente da República, Marco Maciel, se comentou de uma hora tomar um café com o senador, conversar um pouco. Mas não tem data ainda agendada. Repórter - Qual será o assunto do encontro, governador? Alckmin - Não tem assunto específico. Será apenas um conversa. Repórter - Isso não acaba aumentando as especulações de seu nome como candidato...? Alckmin - Não, não. Na realidade é o PFL aqui de São Paulo, o Cláudio Lembo, que o presidente do partido aqui, foi quem sugeriu. Acho sempre bom esses encontros. A conversa com o Marco Maciel foi muito boa, no sentido da visão dos problemas. Eu até contei, hoje de manhã, uma história que ele relatou do agreste pernambucano, de um candidato que dormiu na casa de um prefeito e fazia barba com a torneira aberta. E ele dizendo: como é que pode alguém que quer ser governador do Estado de Pernambuco fazer a barba com a torneira aberta? Então, conversamos sobre o País, sobre reforma tributária, sobre a economia, sobre a crise da energia, sobre política - há sempre uma avaliação. Mas nada muito especial. Repórter - Sobre a reunião do Confaz e a proposta de isenção do ICMS para produtos voltados a hidrelétricas e termoelétricas, da qual os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul votaram contra... Alckmin - São Paulo votou favorável às 15 isenções, mas não passou porque dois Estados votaram contra. Repórter - O senhor avalia que foi uma decisão mais política do que técnica dos dois Estados, um administrado pelo PT e outro pelo PMDB, que estariam apostando no 'quanto pior, melhor'? Como é que o senhor avalia isso? Alckmin - Eu não posso fazer uma afirmação dessa. Mas, infelizmente, é necessário para a redução ou isenção de alíquotas do imposto, uma unanimidade. Se alguém não quer... E essa regra precisa ser cumprida. E nós respeitamos o Confaz. São Paulo tem por regra respeitar o Confaz. Essa é a regra do jogo, equilíbrio federativo. Agora, as razões que nortearam, que motivaram dois Estados neste momento a não concordarem com essa redução, só eles podem explicar. Repórter - O coordenador da Administração Tributária, Clóvis Panzarini, acredita que foi mais uma decisão política.05/29/2001
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