Entrevista do governador Mário Covas após inauguração do Banco do Povo em São Bernardo do Campo
Última Parte
Repórter – Era preciso usar bomba? Covas – Eles pediram por favor, primeiro. Você viu alguém sair da rua? Lógico que era preciso usar bomba. Há cinco policiais no hospital. Repórter – O governo vai continuar a usar a força quando for necessário? Covas – O que você chama de força? Repórter – Bomba, tropa de choque, as balas de borracha... Covas – É o papel que tem a tropa de choque. Até agora não resultou em nenhum acidente fatal. Não é a primeira vez que a polícia atua. Repórter – E se tivesse bloqueado a Paulista? Covas – (inaudível) ... e a Secretaria acreditou nos manifestantes. Não é que seja proibido bloquear a Paulista, mas é questão de bom senso. Se amanhã você pegar uma placa e disser: “O Palmeiras é horroroso”, não mando prendê-lo. Mas a manifestação fecha a cidade inteira. Há dezenas de hospitais. Ouço as rádios de vocês, vejo os jornais, só falam que não pode fechar a Paulista. Repórter – Por que o senhor não proíbe as manifestações na Paulista? Covas – Estão proibidas. Repórter – Por que a polícia militar permitiu que os manifestantes ocupassem uma pista da avenida? Covas – Porque se tenta resolver isso. Em vez disso, o secretário achou que usar meia faixa era razoável. Mas usaram a faixa inteira. Repórter – O Banco do Povo trará empregos para São Bernardo? Covas – Ele não traz emprego propriamente. Ele cria condições para que as pessoas tenham seu próprio emprego, sua própria atividade. Repórter – Quantos empregos gera indiretamente? Covas – Não sei. Peça ao secretário, que ele pode detalhar. Repórter – Em relação ao apoio às eleições de São Bernardo, como o senhor se define? Covas – Tenho o maior apreço pelo Maurício, meu amigo. Foi um bom prefeito e tem todo o direito de ser candidato à reeleição. Se o meu partido tiver candidato, apóio o candidato do meu partido. Não implica desrespeito a ele. Nossa amizade está acima dessas coisas. Temos identidade e fidelidade partidária. Repórter – E as negociações com a Saúde e Educação? Covas – A Saúde está conversando com o secretário da Saúde e a Educação com a secretária da Educação. Como faço uma contraproposta a uma proposta de 54%? Repórter – Está em um impasse? Covas – Acho que diante do valor pedido é difícil fazer contraproposta. Repórter – Governador, há uma declaração do presidente da República que diz que Erundina deva se eleger à Prefeitura de São Paulo. Ele disse não ter gostado de não ter sido consultado sobre a candidatura de Alckmin... Covas – Não vi isso em lugar nenhum. Repórter – O senhor falou agora há pouco em fidelidade partidária. O senhor esperaria outra atitude do presidente em relação ao vice-governador? Covas – Não acho. Vi referências sobre o panorama eleitoral em São Paulo. Não manifestou nenhuma preferência pessoal. Vocês fazem isso todos os dias no jornal, apenas por causa de pesquisas... Repórter – Dirigentes tucanos têm comentado em Brasília que não se identificam... Covas – Se não se identificam, não dou resposta. Repórter – Não existe nenhuma divergência no PSDB nacional? Covas – Ninguém me comunica isso. Repórter – O senhor está tranqüilo quanto à cirurgia que fará nessa segunda-feira? Covas – Alguém fica tranqüilo quando vai fazer cirurgia? Repórter – O senhor participa do encontro entre o Suplicy e o Angarita? Covas – Não sei. Não fui informado desse encontro. Não precisamos de intermediários para conversar com os funcionários. Suplicy irá conversar com Angarita por vontade própria. Repórter – Essa declaração do presidente não é mais uma demonstração de que São Paulo está preterido no Palácio do Planalto? O senhor tem reclamado de mau tratamento do governo federal... Covas – Vou ver se consigo algo igual ao Paraná. Conseguiu R$ 3 bilhões, relativos à conta que deveria receber em 30 anos. Vou até ligar para saber se dá para fazer algo igual a São Paulo. O Malan deu ao Paraná esse valor, coincidentemente no instante em que saiu o ministro que era do Paraná. Por conta de royalties que tinha que receber de Itaipu. De repente, consigo o mesmo ou uma negociação da dívida como o Pitta conseguiu. Repórter – E o Banespa? Covas – Banespa é caso perdido desde o começo. Se deixasse conosco estaria como a Nossa Caixa. Repórter – O que o senhor espera do presidente nesse momento? Covas – Que faça um bom governo. Repórter – O senhor falou com o presidente sobre as manif05/19/2000
Artigos Relacionados
Entrevista do governador Mário Covas após inauguração do Banco do Povo em São Bernardo do Campo
Entrevista coletiva do governador Mário Covas após inauguração do Banco do Povo em Itapevi
Governador Mário Covas inaugura Banco do Povo em São Bernardo do Campo
Entrevista coletiva do governador Mário Covas após inauguração do Hospital de Diadema
Entrevista do governador Mário Covas após inauguração do Hospital Geral de Guarulhos
Trecho da entrevista coletiva do governador Mário Covas após inauguração da Couromodas 2000