Episódio de Canoas reforça argumentos da Oposição à CPI da Segurança Pública



O episódio de Canoas, em que uma mãe e duas filhas foram violentadas e a Brigada Militar, embora avisada a tempo, não prestou socorro, reforçou os argumentos da Oposição, para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Segurança Pública. Na sessão plenária desta tarde o tema foi o mais debatido pelos deputados. O deputado João Osório (PMDB) observou que o fato ocorrido em Canoas “chocou a população gaúcha, que se sente totalmente indefesa diante da falta de condições da Brigada e da Polícia Civil em atender as ocorrências, por responsabilidade daqueles que governam o Estado atualmente, em em especial dos que comandam a Segurança Pública”. Ele pediu a imediata demissão do secretário José Paulo Bisol, argumentando que “é o mínimo que o governo deve fazer, se quiser mostrar que não é insensível ao clamor dos gaúchos”. O deputado João Luiz Vargas (PDT) considerou “perverso, atroz e mórbido o descaso do governo com a segurança pública” e disse que “A CPI da Segurança Pública será instalada por força e exigência da comunidade gaúcha, traída por um governo falsamente chamado de popular”. Para ele “a anarquia e o caos são as identificações que os gaúchos fazem do seu Estado. O Estado que era da qualidade de vida, do pioneirismo em todos os campos do desenvolvimento”. O deputado Vilson Covatti, líder da bancada do PPB, classificou o episódio de Canoas como “mais um fato determinante que comprova o aumento da violência e a incapacidade do governo estadual em combater a criminalidade no Estado. “Os fatos se acumulam a cada dia que passa. Há prova maior de negligência e desestruturação da segurança do que esta?”, questionou. O deputado José Gomes (PT) lembrou que a distância da unidade da Brigada Militar ao local do crime era de apenas cinco quadras, o que permitia ao policial ir a pé para socorrer as vítimas. Disse também que por força de lei o policial pode requisitar qualquer veículo particular para socorrer pessoas que estejam em risco de vida, daí o interesse do governo em investigar profundamente esse caso. Manifestou disposição da bancada do PT de participar da CPI, com a condição de proceder a um “levantamento profundo da situação sócio-econômica, criminal e do motivo que leva à criminalidade”. “Teremos o maior prazer em participar desta CPI, com todos os argumentos, porque conhecemos a verdade, os meandros do crime e da própria polícia”, disse. O deputado Roque Grazziotin (PT) manifestou solidariedade às vítimas de Canoas e destacou que a Comissão de Direitos Humanos, da qual é presidente, está levantando as circunstâncias em que o fato ocorreu, bem como a própria investigação policial, a pedido do secretário Bisol, para constatar se houve descaso por parte da BM. Manifestaram-se ainda sobre o temas os deputados Elmar Schneider, Iara Wortmann e Jair Foscarini, do PMDB.

03/22/2001


Artigos Relacionados


Oposição não se convence com argumentos de Alencar

Integrantes da CPI: PSDB contesta e Sarney manda jurídico examinar argumentos da oposição

Justiça propõe à oposição pacto para melhorar segurança pública

Legislativo ouve clamor por segurança em Canoas

Serviços Públicos trata sobre a segurança em Canoas

Paim elogia trabalho do município de Canoas na área da segurança