ESPECIAL / IPEA mostra avanço das ações sociais das empresas no Brasil



A Assembléia Legislativa está na luta pela valorização do trabalho social das empresas. Dentro deste contexto, o III Prêmio de Responsabilidade Social 2002, promoção da Casa, receberá inscrições e os balanços sociais das empresas interessadas até o dia 31 de julho. Criado no ano de 2000, por iniciativa do deputado Cezar Busatto (PPS), o prêmio é concedido anualmente e tem por objetivo estimular e valorizar as ações de melhoria social promovidas pelo setor empresarial, além de incentivar mais empresas, seus funcionários e familiares a envolverem-se com a superação dos problemas sociais. Nesta conjuntura, onde o trabalho das empresas além da sua produção ao fim para que se destina, ganha dimensão importante na sociedade mundial, especialmente na sociedade brasileira. É o que mostra o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revelando que a conscientização do empresariado nacional está atingindo um nível extraordinário. A pesquisa Ação Social das Empresas, divulgada recentemente, diz que 59% das empresas do país - de todos os portes e todos os setores - fazem algum tipo de investimento em benefício da comunidade onde atuam. O montante em 2000, por exemplo, chegou R$ 4,7 bilhões des reais. Mais: 39% das empresas afirmam que pretendem aumentar estes investimentos.

A pesquisadora do IPEA, Nathalie Beghin, formada pela Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica) e uma das coordenadoras da Ação Social das Empresas, diz que o dado de R$ 4,7 bilhões é alto, mas ainda insignificante. "Ele representa apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que nos obriga ainda a evoluir muito nesta área". Segundo Beghin, o que é preciso fazer neste momento de ampla mudança nos conceitos e formas de agir das empresas é conceitual. "As iniciativas empresariais, salvo honrosas exceções, ainda estão focadas no campo da filantropia, da caridade, coisas bem diferentes da expressão responsabilidade social. Talvez, se estas políticas fossem melhor direcionadas, seja possível aumentar e melhorar a qualidade dos investimentos sociais das empresas".

Filantropia e ação social
A pesquisadora diz que uma das preocupações das empresas, daqui para a frente, deve ser justamente a de encontrar formas e instrumentos para que essas políticas sejam mais eficazes. Algumas empresas já estão sabendo distingüir perfeitamente a diferença entre ação social e filantropia, mas é preciso evoluir. "Nossa pesquisa mostra também que o percentual das empresas que se preocupa em melhorar a sua imagem no mercado por meio da divulgação de suas ações sociais é muito pequeno. Apenas entre as grandes empresas essa é uma prática comum, mas a maior parte do empresariado ainda age por pura filantropia mesmo. De acordo com o trabalho do IPEA, a maioria do empresariado acha que o benefício é a satisfação pessoal que eles sentem em fazer alguma coisa em favor da comunidade".

Para Beghin, o importante, neste momento, é que muitas empresas brasileiras estão adotando planejamentos estratégicos e se estruturando para suas ações sociais. "Mas temos que crescer ainda mais. O conceito de responsabilidade social tem uma aplicação muito pequena ainda e uma compreensão incipiente do empresariado. As ações sociais estão ainda muito próximas, voltadas para a comunidade que as cerca e sob os olhos do empresário. Isso torna o envolvimento com as ações sociais muito mais pessoal", diz ela.

Informações sobre o III Prêmio de Responsabilidade Social da Assembléia Legislativa do RS no site www.al.rs.gov.br.Ali há um um modelo para facilitar a participação, especialmente das pequenas e médias empresas.





07/20/2002


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