Especialista destaca vocação brasileira para a área de ovinocaprinos



O Brasil tem um potencial muito grande na área de ovinocaprinos, mas é preciso desenvolvê-lo com ações concretas para que a atividade tome um novo caminho. A opinião é do presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e presidente da Comissão Nacional de Caprinos e Ovinos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Edilson Maia da Costa.

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Francisco Edilson foi um dos expositores da audiência pública realizada nesta quinta-feira (10) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) com a finalidade de discutir a cadeia produtiva de caprinos e ovinos no Brasil. Em sua exposição, ele falou sobre o panorama mundial e nacional da caprinovinocultura. Internacionalmente, segundo explicou, os maiores rebanhos da caprinos estão na China, com 183.363.073 de cabeças, seguida da Índia, com 120 milhões de cabeças. Com relação aos ovinos, a China ocupa o topo da cadeia, com 157.333.215 de cabeças, e a Austrália, com 101.300.000 de ovelhas, vem logo depois.

Já a posição do Brasil, em relação ao ranking internacional, precisa melhorar bastante, segundo Francisco Edilson. O país ocupa a 16 ª colocação mundial em número de cabeças caprinas, com 10.046.888 de animais, e a 18ª posição em quantidade de ovelhas, com 15.057.840 de cabeças.

- Nossas colocações no ranking precisam melhorar e, para isso, o empresário brasileiro precisa descobrir esse grande nicho de mercado - afirmou.

Problemas

Entre os principais entraves ao desenvolvimento do setor no Brasil estão, segundo o representante da CNA, a falta de mão-de-obra capacitada, o alto grau de informalidade no abate, a competitividade em relação aos importados, o endividamento e a inadimplência dos produtores e a escassez e fragmentação de informações de mercado.

- O segmento precisa se unir. Precisa estar junto para constituir um grupo de trabalho para desenvolver o setor - enfatizou Francisco Edilson.

Como estímulo a esse desenvolvimento, Francisco Edilson apontou várias potencialidades do setor, entre as quais a geração de empregos; o estímulo à manutenção do homem no campo; a facilidade de produção a pasto; a exploração em pequenas áreas, com baixo impacto ambiental; e ainda potencial de produção sob condições climáticas variadas e diversas.

Caprinocultura

Já o coordenador da Carteira de Ovinos e Caprinos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, Ênio Queijada de Souza, fez uma exposição sobre a caprinocultura leiteira como estratégia de desenvolvimento territorial rural. Em favor do setor, ele explicou que o leite de cabra tem melhor digestibilidade;menor alergenicidade; alto valor protéico e alta agregação de valor em derivados como queijos, leite em pó, iogurtes e outros.Além disso, a estimativa é de que para cada 40 cabras de leite ou 60 caprinos de corte, um emprego é criado.

Por outro lado, segundo ele, há muitos entraves ao desenvolvimento dessa atividade, entre os quais a baixa tecnificação por parte do produtor, a baixa produtividade por animal e por estabelecimento e a falta de estímulos devido a falhas na legislação, na tributação e na ambiência institucional do setor.

- O que nós queremos é que olhem para o setor com mais atenção e carinho - concluiu o representante do Sebrae.

Valéria Castanho / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



10/07/2008

Agência Senado


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