Especialistas debatem acesso da população mais pobre à informação



A Comissão de TV a Cabo, grupo de trabalho criado pelo Conselho de Comunicação Social para debater a entrada do capital estrangeiro nas empresas de televisão por assinatura e propor soluções para os problemas do setor, ouviu nesta segunda-feira (4) representantes das principais concessionárias de telefonia fixa no país sobre a possibilidade de parceria com as operadoras de TV para que o acesso à informação, via imagem e som, seja ampliado e favoreça à população mais pobre do país.

Durante a reunião, os representantes das empresas telefônicas deixaram claro que a parceria é saudável, mas alertaram sobre a viabilidade comercial do empreendimento, já que a integração das redes é de alto custo. Mas todos foram unânimes em dizer que existem, do ponto de vista técnico, condições reais para a integração.

Para Luiz Otávio Marcondes, diretor-adjunto de Planejamento Estratégico da Brasil Telecom, a implantação do sistema iria gerar maior distribuição de serviços, incluindo o acesso à Internet pela população de baixa renda e cursos de ensino à distância.

O diretor de Engenharia e Operações da Sercomtel, Hans Juren Muller, alertou sobre a viabilidade econômica da integração das redes. Jorge de Moraes Jardim Filho, vice-presidente de Relações Externas da Brasil Telecom, descartou qualquer possibilidade imediata de uma parceria comercial entre as concessionárias de telefonia fixa e as operadoras de TV por assinatura para o transporte de informações e de vídeo, devido aos altos custos.

O diretor jurídico da Associação Brasileira de TV por Assinatura, José Francisco de Araújo Lima, disse que a -revolução digital- força as companhias de telefonia fixa a buscar saídas para se adaptar ao avanço tecnológico. Ele disse que as empresas telefônicas teriam um grande benefício utilizando a rede da TV por assinatura.

A coordenadora dos trabalhos da Comissão de TV a Cabo, Berenice Isabel Mendes Bezerra, representante da categoria profissional dos artistas no colegiado, apesar de reconhecer as dificuldades enfrentadas pelas companhias telefônicas, disse que o grande desafio das empresas é o de criar condições para que milhões de brasileiros sejam também incluídos no processo da informação. Somente dessa maneira, observou, o Brasil poderá universalizar, por exemplo, o ensino à distância. Em troca, as empresas telefônicas poderiam obter novos mercados de consumo.



04/08/2003

Agência Senado


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