Aumento da inflação afeta mais intensamente a população pobre, afirma Papaléo
Ao discursar nesta segunda-feira (11), o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) afirmou que os recentes aumentos da inflação acabam por afetar com mais intensidade a população brasileira mais pobre. Na opinião dele, o aumento dos preços dos alimentos, por exemplo, faz com que as famílias de baixa renda tenham de cortar gastos com a alimentação, o que diminui a qualidade de vida dessa parcela da população.
O senador disse que o Índice de Preços ao Consumidor Brasil (IPC-BR), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou em 3,84% nos seis primeiros meses de 2008. Entretanto, ressaltou Papaléo, se consideradas apenas as famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos (IPC-C1), os preços subiram 5,97% no período.
- Essa diferença se explica, principalmente, pelo peso do consumo de alimentos para a classe de renda mais baixa, que corresponde a quase 40% de todo seu gasto, enquanto o mesmo tipo de consumo é responsável por 28% dos gastos do conjunto das famílias brasileiras - informou.
Na opinião de Papaléo, "medidas enérgicas e eficientes" são necessárias para conter o crescimento inflacionário daqui para frente. Apenas o aumento da taxa básica de juros da economia (Selic), opinou o senador, não é o bastante para combater a inflação, pois esses juros altos acabariam por prejudicar o país em longo prazo, criando dificuldades para o desenvolvimento das atividades produtivas.
Para ele, o governo federal deveria priorizar a diminuição dos gastos públicos correntes, para não comprometer os investimentos em infra-estrutura e na política agrícola.
- Não há dúvida de que o aumento da produção agropecuária é a grande medida a ser implementada para diminuir, senão neutralizar, o atual processo inflacionário - avaliou, ressaltando serem ainda baixos os investimentos governamentais no desenvolvimento tecnológico da agricultura nacional.
Papaléo disse serem imprescindíveis mais recursos para a infra-estrutura de transportes do país, com o objetivo de baratear o escoamento da produção agrícola. O senador também criticou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal que, de acordo com veículos da imprensa, disse ele, teve apenas 4% das obras concluídas após um ano e cinco meses de existência.
- O governo tem a obrigação de priorizar o desenvolvimento da agricultura, de modo que ela atenda não só ao mercado internacional, mas também à demanda interna, combatendo os efeitos nefastos da escalada inflacionária, principalmente aqueles que atingem nossa população de menor renda - disse Papaléo.
11/08/2008
Agência Senado
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