Espécies em extinção compõem coleção botânica no RJ



O Cactário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro JBRJ) abriu espaço para uma nova coleção de rupícolas, composta por cerca de mil exemplares resgatados. As espécies foram encontradas pelo JBRJ e pelo Consórcio Construtor Rio Barra, responsável pelas obras da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca – Ipanema), em 2010, na área da Floresta da Tijuca impactada pela construção da Linha 4 do Metrô.

A  vegetação do local foi inteiramente coletada e parte dela foi instalada ao fundo do novo Cactário, em um pergulário de pedra. As plantas encontradas no percurso das obras, em sua maioria rupícolas, já estão sendo cultivadas no Cactário do JBRJ. Também foram aproveitadas no cultivo das mudas as pedras de rochas dinamitadas para a abertura do túnel.

Entre as espécies resgatadas no Morro do Focinho do Cavalo, no Itanhangá, três encontram-se ameaçadas de extinção: as bromélias Alcantarea glaziouna e Pitcairnia albiflos e a orquídea Cattleya lobata, endêmicas da cidade do Rio de Janeiro. 

O Cactário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro está aberto a visitação a partir desta quinta-feira (5), diariamente, das 8h às 18h.

Pesquisas

Paralelamente ao projeto de resgate, durante três anos, técnicos do Jardim Botânico do Rio realizaram pesquisas sobre o comportamento das três espécies em extinção encontradas na área. O estudo comparou suas condições de vida e capacidade reprodutiva na vegetação remanescente no entorno das obras do túnel com a situação de exemplares similares em áreas naturais bem preservadas, como o Parque Nacional da Tijuca, Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar, entre outros. A conclusão é de que as obras não afetaram as condições de vida das plantas remanescentes.

Uma técnica inovadora para restauração ecológica em áreas rupícolas foi desenvolvida no Jardim Botânico do Rio, possibilitando que o Jardim de Rupícolas se estendesse na encosta ao fundo do Cactário. Nichos montados com uma estrutura de tela, cobertor de feltro e substrato adequado ao plantio formam um conjunto fixado à pedra, proporcionando uma experiência bem-sucedida de uso de técnicas para estabilização de encostas em áreas rupícolas.

Fonte:
Jardim Botânico do Rio de Janeiro



05/12/2013 18:34


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