Espionagem dos EUA sobre a Petrobras será tema de audiência no Senado




Leilão da Petrobrás está contaminado por espionagem, diz Randolfe Rodrigues

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Atendendo a uma solicitação dos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Roberto Requião (PMDB-PR), o Senado vai promover audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores (CRE) sobre as acusações de que o governo norte-americano espionou a Petrobras. Proposta nesse sentido foi aprovada nesta terça-feira (10) pela CAE.

Presidente da comissão, o senador Lindbergh Farias (PT-RS) informou que tomará as providências necessárias para que a reunião aconteça em breve, possivelmente na próxima semana, tendo em vista que o leilão da Petrobras, referente ao Campo de Libra, na Bacia de Santos, está marcado para o mês que vem.

Entre os nomes a serem convidados para a audiência estão o da presidente da Petrobras, Graça Foster; o do ministro da Defesa, Celso Amorim; o do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo; e o do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Carvalho Siqueira.

Denúncias

As denúncias foram apresentadas no último final de semana pela TV Globo. Em nota, a presidente Dilma Rousseff, que também teria sido espionada, afirmou que, se as acusações forem confirmadas, ficará comprovado que as ações conduzidas pela National Security Agency (NSA) não se limitam a questões de segurança ou de combate ao terrorismo, mas também têm objetivos econômicos e estratégicos.

Para Randolfe Rodrigues, o leilão do Campo de Libra, que será realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em outubro, "está claramente contaminado pela notória espionagem praticada pelo governo dos Estados Unidos, por meio de sua agência de espionagem, a NSA". Para alguns especialistas, esse leilão é considerado um dos maiores da história na área de petróleo.

Na avaliação do senador Pedro Simon (PMDB-RS), a transparência do leilão está "abalada" e deve-se considerar a possibilidade de suspendê-lo.

– Pode ser um leilão em que as empresas norte-americanas estejam em vantagem por meio de uma concorrência desleal – declarou Simon.

Randolfe ressaltou que, de acordo com as denúncias, as informações obtidas pela NSA seriam compartilhadas pelos Estados Unidos com os governos da Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra e Canadá.

– E as grandes empresas petrolíferas do planeta estão exatamente na Austrália, na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos, ou seja, tudo isso não é mera coincidência – protestou ele.

Cristovam Buarque (PDT-DF) também criticou a suposta ação do governo norte-americano. Ele disse que os Estados Unidos estão cometendo um crime contra a privacidade e contra os direitos humanos, mas também frisou que o Brasil tem uma "responsabilidade imensa por permitir, nas últimas décadas, que o país ficasse tão vulnerável".

– Por que nós, com a nossa dimensão econômica, com o nosso potencial, com uma empresa como a Petrobras, nos deixamos ser tão vulneráveis? – questionou Cristovam.



10/09/2013

Agência Senado


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