Estado investe para garantir infra-estrutura ao agronegócio



Anúncio foi feito por Serra na 6ª edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness

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O governador José Serra destacou na tarde desta segunda-feira, 27, o esforço do Estado de São Paulo para melhorar a logística estadual e alavancar o agronegócio paulista. A declaração foi dada durante abertura da 6ª edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela ABAG (Associação Brasileira de Agribusiness), na zona Sul da Capital.

O governador Serra citou o programa o Pró-Vicinais – que visa reconstruir 12 mil quilômetros da malha viária estadual e permitirá o escoamento da produção das cidades paulistas, além da modernização do Porto de São Sebastião e a ampliação do programa Melhor Caminho. “Temos tido muito investimento, sobretudo nas nossas vicinais”, comentou o governador. Na sua primeira fase, o Pró-Vicinais destinou R$ 457 milhões para recuperação de vias em 199 municípios paulistas. Mais R$ 1,2 bilhão deve ser repassado até 2010 na segunda etapa do projeto.

O governador ressaltou também das mudanças no Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), que passa a atender produtores com renda bruta anual de até R$ 400 mil – considerados como classe média rural. A norma anterior previa que a liberação de recursos somente para os com renda de até R$ 215 mil. E a taxa de juros do fundo de 4% caiu para 3% ao ano.

Serra lembrou que São Paulo tem mais de 270 mil propriedades agrícolas, 85% delas com áreas médias e pequenas. De acordo com o governador, a principal diferença entre os produtos produzidos no Estado em relação a outras regiões do país está na agregação de valores. “Enquanto no Brasil a capacidade de agregar valor dos produtos exportados chega a 56%, em São Paulo esse percentual chega a 82%”, apontou. Ele atribuiu a diferença à diversificação de culturas, infra-estrutura paulista, condições de crédito disponibilizadas e logística.

Serra condenou a divisão entre agricultura familiar e a chamada agricultura empresarial. “Começou a se criar no Brasil um tipo de dicotomia como se houvesse antagonismos ou contradições entre elas”, lamentou. “É uma visão distorcida, pois na verdade trata-se de uma só cadeia”, disse Serra. Segundo ele, os obstáculos enfrentados pelas duas frentes são similares, como a falta de infra-estrutura, problemas de logística na armazenagem de produtos, insuficiência do seguro agrícola e a sobrevalorização do câmbio.

Antes de encerrar, o governador lembrou do papel decisivo da agricultura brasileira como instrumento da estabilização de preços.  “O segredo do Plano Real foi a oferta agrícola que permitiu manter os preços controlados”, analisou. Ele disse também que a política agrícola de um país não deve ficar concentrada no setor exportador, tampouco no assistencialismo rural de subsistência, sobretudo pela sua relevância na macroeconomia.

“O agronegócio tem atendido a demanda interna e ainda liderado as nossas exportações. Somente em 2006 o setor proporcionou um superávit de R$ 25 bilhões”, afirmou.

Para o presidente da ABAG, Carlo Lovatelli, o agronegócio brasileiro carece de uma estratégia. “Traçar dicotomia na agricultura, entre a alimentar e a energética, representa uma perda de objetivos. Defendemos que o agronegócio tenha uma política coesa e convergente”.

A projeção de Lovatelli é que, apesar de o setor enfrentar uma série de dificuldades como a diferença cambial, barreiras no mercado mundial e problemas de infra-estrutura no mercado nacional, os números devem crescer. “A safra de grãos neste ano deve marcar um recorde histórico, com 130 milhões de toneladas”, estima.

Além do governador Serra, prestigiaram o evento o secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, deputados e representantes do setor.

Cleber Mata



08/27/2007


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