ESTADOS PODEM FIXAR SALÁRIO MÍNIMO ACIMA DE R$ 151



O Senado aprovou nesta quarta-feira (dia 21) projeto do governo que autoriza os estados e o Distrito Federal a instituir piso salarial diferenciados proporcionais à extensão e à complexidade do trabalho para os empregados que não tenham piso definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Isso significa que os governadores podem fixar um piso salarial acima de R$ 151. O projeto, que recebeu 45 votos favoráveis e dez contrários, agora vai a sanção presidencial.
O texto determina que a autorização para a fixação desse piso diferenciado não poderá ser exercida no segundo semestre do ano em que se verificar eleição para governador, deputados estaduais e distritais. Estabelece também que esse piso não poderá ser fixado em relação à remuneração de servidores públicos municipais. E dispõe que ele poderá ser estendido aos empregados domésticos.
Relator do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o senador Sérgio Machado (PSDB-CE) disse que o projeto consistia em mais um passo da modernização institucional da economia brasileira, no sentido não só de garantir a estabilidade do nível de preços, mas de permitir uma melhor distribuição de renda nacional.
Sérgio Machado considerou uma falácia a tese de que a regionalização dos pisos salariais resultará no aumento da migração interna. Para ele, a questão da migração depende essencialmente do desenvolvimento de políticas regionais. "O combate às causas da migração não pode ser a partir de um piso salarial deprimido", afirmou.
Ao relatar a matéria na Comissão de Assuntos Sociais, o senador Moreira Mendes (PFL-RO) disse que, do ponto de vista político, a descentralização do piso salarial constitui-se em avanço substancial da democracia participativa, servindo para fortalecer o princípio federativo.
Moreira Mendes também ressaltou que a categoria dos empregados domésticos, tão prejudicada na legislação trabalhista, será beneficiada pelo projeto aprovado. O senador disse que a iniciativa se insere na busca da construção de uma sociedade mais justa e definiu o projeto como mais um passo no aprimoramento institucional da legislação social brasileira.

21/06/2000

Agência Senado


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