Estoques elevados e baixa demanda mostram desaceleração na atividade industrial, diz CNI



A atividade industrial brasileira continua em desaceleração, com aumento acima do esperado dos estoques no mês de julho. No período, os estoques do parque industrial ficaram em 53,9 pontos, registrando média de 53,4 pontos nos sete primeiros meses deste ano. Os dados fazem parte do boletim “Sondagem Industrial”, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (23).

Em julho, a utilização da capacidade instalada (UCI) teve média de 75%, registrando 45,2 pontos. Este foi o oitavo mês consecutivo de recuo no uso das instalações industriais no País. Em consequência da redução na produção, a CNI estima que os estoques acumulados em julho tiveram crescimento elevado e, como é preciso escoar a produção, a tendência é que a indústria não cresça nos próximos meses.

Para o economista da CNI, Marcelo de Ávila, outra agravante é “o cenário desfavorável para as vendas, pois tanto o mercado externo quanto o interno estão desaquecidos, os juros e a inflação estão em alta e há escassez de crédito". Segundo a pesquisa, a atividade da indústria em junho ficou em 50,4 pontos, por isso o crescimento para 53,9 pontos em julho foi considerado elevado.

As pequenas indústrias registram queda na produção, as médias mostraram estabilidade e as grandes apresentaram crescimento. Dos 26 setores da indústria de transformação, o boletim indica que 22 operam com atividade abaixo do normal. Ainda de acordo com a sondagem, o emprego no setor está estável, com 50,1 pontos.

Segundo a CNI, os empresários ainda estão confiantes na demanda no mercado interno, na manutenção do número de empregados e na compra de matérias-primas nos próximos seis meses. Em junho, a expectativa sobre a demanda era 61,9 pontos, tendo caído para 61,3 pontos em julho.

O indicador de compra de matérias-primas caiu de 58,2 pontos, em junho, para 57,6 pontos em julho. O índice sobre a demanda de vendas para o exterior registrou 49,1 pontos no mês passado. O valor abaixo dos 50 pontos, na contagem de 0 a 100, indica pessimismo para a CNI.

A pesquisa foi feita entre 1º a 16 de agosto. Foram consultadas 1.892 empresas, sendo 988 pequenas, 638 médias e 266 de grande porte.


Fonte:
Agência Brasil



23/08/2011 19:14


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