Estudo mapeia a incidência da homofobia nas escolas de 11 capitais



Pesquisa realizada em 11 capitais brasileiras aponta que existe também discriminação contra a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTT) no ambiente escolar.

Os primeiros dados do estudo, que faz parte do projeto Escola sem Homofobia, foram divulgados na última segunda-feira (4), no Rio de Janeiro, e mostram que as escolas brasileiras são relutantes quanto à introdução da temática da sexualidade no ambiente educacional.

O projeto, realizado pela organização não governamental Reprolatina — que atua na área de saúde sexual e a saúde reprodutiva—, com apoio do Ministério da Educação (MEC), investigou a percepção da comunidade escolar sobre a situação da homofobia no ambiente de ensino.


Ambiente hostil e regras rígidas

A pesquisa também destacou que as escolas dessas capitais são ambientes hostis aos homossexuais. Essa hostilidade, segundo constataram, é ainda mais evidente no caso das alunas travestis e transexuais, já que as escolas pesquisadas não autorizam o uso do nome social (feminino) ou a utilização do banheiro feminino. A adoção dessas regras rígidas são consideradas como importantes causas para a evasão escolar.

Além disso, o estudo constatou que qualquer comportamento que fuja à norma heterossexual é tratado como conflitante às normas disciplinares da escola.

Em resposta a essas constatações, os profissionais de ensino alegam que o tema da educação sexual não está presente nas escolas porque as famílias podem ter uma reação desfavorável. No entanto, segundo os estudantes, a família não seria um obstáculo para que a temática fosse abordada no ambiente escolar.

A pesquisa, realizada entre os meses de setembro e dezembro do ano passado deve auxiliar estados e municípios a desenvolver políticas públicas para essa população.

O estudo envolveu um total de 1.412 participantes em 11 capitais brasileiras - Manaus, Porto Velho, Natal, Recife, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. 

Os resultados finais devem ser apresentados até o final deste ano. Ao todo, foram visitadas 44 escolas, totalizando 236 entrevistas com professores, coordenadores, alunos do 6º ao 9º ano, e funcionários da rede de ensino.


Fonte:
Observatório Brasil da Igualdade de Gênero



07/10/2010 11:32


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