Ex-militares do Exército treinam traficantes no Rio








- Ex-militares do Exército treinam traficantes no Rio

- Ex-cabos e ex-soldados da Brigada Pára-Quedista do Exército estão treinando traficantes das favelas do Rio, principalmente as dominadas pelo Comando Vermelho.
Só num morro da Zona Oeste, por exemplo, há cinco ex-pára-quedistas responsáveis pelos cursos.
Em toda a cidade, pelo menos 15 ex-militares dão aulas a 265 bandidos, reunidos em turmas de até 20 alunos, sobre táticas de guerrilha urbana, sobrevivência na selva e manuseio de armas pesadas.

Usando fardas e granadas desviadas do Exército, os instrutores recebem pagamentos que podem chegar a R$ 3 mil por aula ou R$ 8 mil por mês.

O Comando Militar do Leste alega que o Exército precisa renovar seus quadros e não pode se responsabilizar pelos atos de reservistas.

Já o delegado Álvaro Lins, chefe de Polícia Civil, afirma que os ex-pára-quedistas são máquinas de guerra e dificultam o combate ao crime. (pág. 1 e 14)

- O assassinato do promotor Francisco José Lins do Rego Santos, há pouco mais de uma semana, em Belo Horizonte, foi o sinal de alerta.

Em todos os 27 estados brasileiros há promotores e procuradores ameaçados de morte. Só no Rio, são 11. Os casos de violência são tantos que a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público está criando um cadastro para enviar ao Governo federal.

Procuradores de Justiça de todo o País decidiram adotar medidas em conjunto para protegerem-se e pedir uma audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O MP tem quatro mil integrantes atuando nas áreas criminais e de defesa dos direitos do consumidor, as mais atingidas por ameaças. (pág. 1, 3 e 4)

- Os apagões das últimas duas semanas mostraram que a manutenção das linhas de transmissão no País está longe do ideal.

A constatação é de técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que, nos últimos meses, visitaram 300 subestações e concluíram que as empresas precisam investir mais na conservação do sistema.

Em alguns casos, a Aneel poderá multar as companhias em até 2% do seu faturamento. (pág. 1 e 32)

- Está aberta a temporada de caça aos vices. Os aspirantes ao cargo do presidente Fernando Henrique Cardoso ainda são candidatos a candidato, mas já começaram a cortejar aqueles que gostariam de ter em suas chapas.

E verdade que, em grande parte, de olho nos dividendos eleitorais que esse vice poderá render ou por causa das alianças com os partidos ou ainda do tempo que poderão garantir no horário eleitoral gratuito.

Nessa busca, uma fórmula tem de ser atendida: a nordestina Roseana Sarney, do PFL, procura um vice que tenha uma boa base política no Sul e no Sudeste. Já o paulista José Serra, do PSDB, tem de se acertar com um vice nordestino, que lhe dê os votos que não tem na região. (pág. 11)

- A união no primeiro turno, sonho da oposição, está longe de virar realidade. O PT está perdendo seus principais parceiros: o PSB, que tem no governador Anthohy Garotinho um candidato próprio em ascensão; o PDT, que está disposto a fechar o apoio a Ciro Gomes (PPS). Isolado, contando apenas com o PC do B, Luiz Inácio Lula da Silva terá de disputar o voto dos descontentes. (pág. 2 e 13)

- O Brasil chega aos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam na sexta-feira, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, com a maior delegação da sua história. Mesmo sem nenhuma chance de medalhas, onze brasileiros, em sua maioria residentes no exterior, estarão disputando provas em quatro modalidades: bobsled, luge, cross country e esqui alpino. (pág. 2 e 39)

- Os pré-candidatos a presidente da República ainda terão que enfrentar prévias e convenções, mas já começam a disputar vices no mercado político. (...) (pág. 2 e 11)

- Às vésperas do fim do racionamento e sofrendo com um calor de quase 40 graus, o carioca está se rendendo ao conforto. As vendas nas redes de eletrodomésticos já cresceram 30% nas duas últimas semanas em relação a dezembro e a vedete do consumo são os novos modelos de aparelhos de ar-condicionado que consomem até 42% menos energia. (pág. 2 e 33)

- Para compensar a perda de parceiros na esquerda, a direção do PT está tentando ampliar os apoios mais ao centro. O presidente de honra do partido, José Dirceu (SP), está negociando alianças com líderes regionais do PMDB, como os senadores Maguido Vilela (GO), Roberto Requião (PR) e Carlos Bezerra (MT), além do ex-governador Orestes Quércia (SP) e do governador Itamar Franco (MG).

Os petistas também estabeleceram como prioridade nesta fase manter as conversas com o PL. Na última segunda-feira, Dirceu reuniu-se com o líder do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), e recebeu notícias pouco animadoras: a maioria dos parlamentares do Partido Liberal, onde há forte influência da Igreja Universal, está mais inclinada a apoiar o candidato do PSB, que é evangélico. Mesmo assim os petistas não perdem a fé de ter o PL, o PSB e o governador Anthony Garotinho no apoio a Lula.

"Ainda podemos nos entender. O Garotinho não tem palanques fortes nos estados e correrá um risco político grande se deixar o governo do estado em 5 de abril para disputar a eleição presidencial", afirma o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), referindo-se ao fato de que quem assumirá o governo será a petista Benedita da Silva. (pág. 12)

- Os partidos de oposição fazem o discurso da unidade para enfrentar o candidato do Governo, mas, na verdade, eles caminham para disputar divididos a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O maior partido de oposição, o PT, está perdendo seus principais parceiros, o PSB e o PDT. Isolado, contando, por enquanto, apenas com o PC do B, Luiz Inácio Lula da Silva, terá de disputar o voto dos descontentes com o ex-ministro Ciro Gomes (PPS) e com o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB). (pág. 13)


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - Tereza Cruvinel

Aberta a fase de composição de alianças para a sucessão, fica mais uma vez claro que, salvo uma e outra exceção, nossos partidos políticos não passam de ajuntamentos de interesses.
As negociações para a disputa federal tropeçam em realidades e contradições locais, sugerindo que não só o PMDB se partirá em estilhaços.

Passada a eleição fica tudo por isso mesmo, restando ao eleito apelar para o fisiologismo em busca de maioria e governabilidade. (...) (pág. 2)

(Ancelmo Gois) - O presidente FH escreveu ao primeiro-ministro Zhu Rongji manifestando a simpatia do Governo brasileiro a um projeto da Embraer de instalar uma fábrica na China, em parceria com um grupo local.

O que está em jogo é talvez a mãe de todas as batalhas da história da Embraer, numa disputa com a canadense Bombardier (sempre ela) e a americana Fair Child.
  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária está analisando 15 pedidos de entrada no Brasil de grandes empresas do setor farmacêutico internacional (Espanha, Índia e Alemanha). Tudo por causa dos genéricos. (pág. 18)


    Editorial

    “TERRITÓRIO LIVRE”

    (...) Enquanto os famosos ventos moralizantes convertem-se no máximo em leve brisa, a máquina de escândalos do futebol continua a girar. O mais novo episódio envolve o grosseiro desvio de rendas em jogos do campeonato carioca. Nele estaria implicada a alta cartolagem fluminense - à frente, o presidente da federação, Eduardo Viana, vulgo Caixa D'água.

    Como não há, ainda, nenhum instrumento legal para permitir uma intervenção eficaz do poder público no setor, os clubes, federações e a CBF equiparam-se às favelas cariocas controladas pelo Comando Vermelho e outros grupos do gênero.

    Nelas, a polícia e o poder Judiciário também não entram. (pág. 6)


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    02/03/2002


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