Ex-presidente fala sobre igualdade de direitos
Em discurso no Fórum Mundial de Direitos Humanos, o ex-presidente Lula disse que assegurar direitos humanos é garantir às pessoas igualdade de direitos. “Eu sei que parte da elite intelectual deste país me odeia. Me odeiam porque asseguramos ao pobre o direito de cursar medicina em uma universidade pública ou privada. O direito de comprar um carro. O direito do pobre de fazer caminhada no parque do Ibirapuera (SP). Isso é direitos humanos”, disse Lula.
O ex-presidente apresentou o painel da “A Defesa dos Direitos Humanos e o Combate à Fome – Testemunho do ex-presidente Lula”. Segundo Lula, a sociedade não pode aceitar a negação da política com saída para resolver os problemas do Brasil. "O político que você quer, pode estar dentro de você mesmo".
Para uma platéia eufórica e plural, Lula fez um resumo dos principais avanços que o país alcançou na última década. Como de costume, o ex-presidente abandonou seu discurso oficial e arrancou aplausos e emocionou a platéia com seus relatos de superação da pobreza.
“Eu sei o que é acordar 1h da manhã com um rato ou uma barata passando em cima da minha cama. Eu sei o que é sentir fome e não ter o que comer. Eu sei o que é buscar água no pote”, disse Lula, ao falar da importância dos programas de transferência de renda, implantados no seu governo, e ampliados no governo a Presidenta Dilma Rousseff.
Legado
Lula lembrou que assim que assumiu o governo, as pessoas mais pobres, as classes trabalhistas de massa, passaram a ser ouvidas e recebidas no palácio do Planalto. “O maior legado do meu governo para este país não foi o Bolsa Família. Meu maior legado foi criar uma outra relação entre o Estado e a sociedade. A primeira vez que chamei os catadores de material reciclável para uma solenidade no Palácio do Planalto, todos me chamaram de louco. Na ocasião, um dos catadores que se pronunciou me disse: Presidente, eu não tenho nenhum pedido pra fazer, só de poder entrar neste ambiente, já me sinto um vitorioso”, relembrou Lula.
Lula elogiou a postura da presidenta Dilma Rousseff perante as manifestações de rua que ocorreram em julho deste ano e reafirmou a importância do diálogo com os movimentos sociais. “Se tem uma coisa que eu não tenho medo é de protestos. Não teve ninguém neste país que protestou mais do que eu nas décadas de 80 e 90. Democracia exige muita compreensão. Por mais que se faça, sempre haverá alguém querendo um pouco mais, isso normal. O que temos que fazer é fortalecer a democracia. Somente ela foi capaz de colocar um metalúrgico e uma ex-guerrilheira torturada pela ditadura no comando deste país”, advertiu.
Mais Médicos
Para o ex-presidente, a vinda de médicos cubanos para atender a população das regiões periféricas e mais pobres do país, deve ser motivo de orgulho para o Brasil. “Um país como Cuba, que tem uma infinidade de problemas, se propor a atender a população das favelas, das cidades mais afastadas, tem que ser motivo de muito orgulho para todos nós".
Fórum
O Fórum Mundial de Direitos Humanos é organizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com entidades da sociedade civil, organismos internacionais e outros órgãos de governo. O evento teve início na terça (10) e termina nesta sexta-feira (13).
Fonte:
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
13/12/2013 16:33
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