Exposição fotográfica retrata a vida na antiga URSS



A Caixa Cultural do Rio de Janeiro apresenta, de 18 de março a 25 de maio, a exposição “Assim Vivíamos”, de Vladimir Lagrange, considerado um dos maiores fotógrafos vivos da antiga União Soviética. A mostra traz 65 imagens em preto e branco e é a primeira individual do artista russo na América Latina. Marcando a abertura, Lagrange participará de uma mesa-redonda e do lançamento do catálogo no primeiro dia de visitação, no dia 18, às 15h. A curadoria é de Luiz Gustavo de Carvalho, também diretor artístico da exposição. O projeto tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do governo federal.

Na exposição, o fotógrafo retrata aspectos do cotidiano urbano e rural da antiga União Soviética. Desprovida de estéticas ideológicas, “Assim Vivíamos” constitui um testemunho objetivo e sensível, dotado de um humor inteligente sobre uma época importante da história mundial.

Em um período marcado pela forte censura, Lagrange optou por retratar a humanidade dos seus conterrâneos em sua obra. Até nas cenas “oficiais”, seu trabalho se diferenciava dos demais fotógrafos ao escolher enquadrar o indivíduo ao invés das multidões.

“A mostra apresenta uma oportunidade única para o público carioca conhecer mais profundamente o cotidiano da vida na antiga União Soviética através de uma testemunha sensível e direta. Na obra de Lagrange, encontram-se drama e humor, além de uma perene compaixão pelo ‘homem simples’, retratado pelo fotógrafo por meio de uma linguagem visual profunda e singular”, afirma Carvalho.

A exposição será aberta para convidados no dia 17 de março (segunda-feira), às 19h, com a presença do fotógrafo.

Vladimir Lagrange

Lagrange iniciou o seu trabalho como fotojornalista, em 1959, aos 20 anos de idade, na agência de notícias TASS. Em 1962, suas fotografias foram escolhidas para integrar a exposição “Nossa juventude”, um dos mais importantes acontecimentos de fotografia que ocorreu, em Moscou, naquele ano. Em uma de suas obras, Lagrange retratou a Praça Vermelha, que até então representava uma potência bélica opressora do regime soviético, enquadrando jovens numa comemoração escolar com o símbolo da paz, ao invés dos cenários típicos, o que representou uma quebra de dogmas na época.

Vladimir contribuiu para diversas revistas soviéticas. Durante 25 anos, trabalhou na revista “União Soviética”, a principal publicação do país dedicada à sociedade e à política, editada em 21 línguas e distribuída em mais 130 países.

“Como aconteceu com diversos artistas durante a história soviética, a censura sofrida por Vladimir Lagrange era muito grande. Certa vez, fez uma foto de um minerador com cara suja, e esta foto foi imediatamente criticada e censurada pelo editor da revista, que disse que o homem soviético não era assim. A sinceridade artística e o respeito de Vladimir pelos seus personagens são visíveis nas pessoas bonitas, heroicas, amantes de trabalho e, ao mesmo tempo, muito sofridas e infelizes com o regime”, explica o curador da exposição.

Fonte: 
Caixa Cultural



12/03/2014 10:26


Artigos Relacionados


Arte: Exposição fotográfica retrata atividades dos internos da Febem

Mostra fotográfica retrata profissões resistentes ao tempo

Exposição: Metrô comemora 33 anos com exposição fotográfica

Filme retrata a vida e as idéias de Dom Helder Câmara

Exposição retrata os 20 anos da Constituição

EXPOSIÇÃO RETRATA A HISTÓRIA DO ACRE