FAB recebe novo avião para patrulha e defesa marítima do País
A Força Aérea Brasileira (FAB) ganhou, nesta sexta-feira (30), um reforço para patrulhar e defender as águas territoriais do País e a zona econômica exclusiva – faixa de 370 quilômetros a partir da costa brasileira onde estão concentradas as reservas de petróleo na camada do pré-sal.
A FAB incorporou na Base Aérea de Salvador (BA), o avião P-3AM Orion, versão militar do comercial Lockheed Electra II.
Comprada da Marinha dos Estados Unidos, a aeronave é especializada em patrulhamento marítimo, e vai permitir à FAB detectar, localizar, identificar e, se necessário, afundar qualquer submarino ou embarcação que invadir as águas territoriais brasileiras – o que, no jargão militar, costuma ser chamado de guerra antissubmarina (ASW, na sigla em inglês).
Ao todo, o Brasil adquiriu 12 aeronaves P-3 da Marinha norte-americana. Duas já foram entregues e outras sete estão sendo modernizadas pela Airbus Military. As demais servirão como suprimento.
Segundo a Força Aérea, a aviação de patrulha não realizava missões ASW há 15 anos – desde a desativação do P-16 Tracker, em 1996. Os atuais P-95 “Bandeirulha”, aeronaves menores e com diferenças operacionais, não têm essa capacidade.
Mecanismos da aeronave
Os P-3AM que entram agora em operação podem lançar sensores sobre a água e detectar até mesmo submarinos que estejam em alta profundidade.
Além do poder de abater submarinos, o novo avião de defesa marítima também carrega armamentos como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra além do alcance visual. Ao todo, a aeronave transporta cerca de 9 toneladas de armamento, entre bombas, torpedos, foguetes e minas antinavio.
Com quatro motores, o P-3AM tem grande autonomia, o que lhe permite operar em todo o litoral brasileiro, com o objetivo de vigiar a fronteira e proteger as riquezas brasileiras, como o pré-sal. A aeronave tem capacidade de voo de até 16 horas, o que equivale a uma viagem de Recife a Madri sem escalas.
Além do patrulhamento dessa área estratégica, o avião irá atuar em missões de busca e salvamento de aeronaves que caírem em alto mar. Por força da Convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), o Brasil é responsável pela busca e salvamento de aeronaves e navios numa área com seis milhões de km² (praticamente todo o Atlântico Sul).
O P-3AM também terá a função de identificar embarcações pesqueiras irregulares e navios petroleiros que possam estar despejando, acidentalmente ou não, óleo no mar brasileiro. Os sensores da aeronave conseguem identificar rastros desse material na superfície do mar e, dessa forma, identificar a embarcação de origem, mesmo horas depois da abertura dos tanques.
Atualmente, 17 nações empregam esse tipo de avião na área militar, muitas delas integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Fonte:
Ministério da Defesa
30/09/2011 17:20
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