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Fabricação de biocombustíveis não vai prejudicar produção de alimentos, diz Ipea

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentada nesta quarta-feira (26), diz que o Brasil não deve perder potencial como produtor de alimentos apesar do avanço nos últimos anos das lavouras de cana-de-açúcar sobre áreas destinadas à pecuária e à agricultura. O estudo Biocombustíveis no Brasil: Etanol e Biodiesel ressalta, entretanto, a necessidade do estado de regular a fabricação de etanol e priorizar a produção de alimentos com financiamento e infraestrutura.

De acordo com o documento, um dos grandes desafios do mercado de etanol é a estabilidade dos preços, que atualmente sofrem muitas mudanças durante o ano. Para evitar oscilações no preço, a partir deste 2010 será formado um grande estoque regulador, que receberá R$ 2,4 bilhões no próximo plano safra. Também serão consolidadas compras futuras e liberação da alíquota de importação do combustível, que era de 20% e foi suspensa no início de abril pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Segundo a pesquisa, nos próximos dez anos o mercado internacional de etanol poderá atingir 200 bilhões de litros. Na última safra, o Brasil produziu 25 bilhões de litros, dos quais 4,7 bilhões foram exportados. O protecionismo aos mercados externos, entretanto, pode apresentar um empecilho a essa expansão, de acordo com o Ipea.

Para ir contra os argumentos protecionistas, que se referem à sustentabilidade socioambiental, o estudo mostra que algumas iniciativas importantes devem ser reforçadas, como o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, entre sindicatos, governo e usineiros; e o Zoneamento Agroecológico (ZAE) da Cana-de-Açúcar, que proíbe sua expansão e a instalação de novas usinas na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai.

Fonte:
Agência Brasil

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