Fapesp aprova grupos de pesquisa em Biologia Molecular Estrutural



Estudo pode gerar conhecimento para a produção de novos medicamentos

As pesquisas da Rede podem gerar conhecimento para a produção de novos medicamentos A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, aprovou financiamentos a 16 grupos de pesquisa para a formação da Rede de Biologia Molecular Estrutural, SMOLBnet, uma rede de laboratórios voltada para o desenvolvimento de estudos sobre a determinação de estruturas tridimensionais de proteínas. Inicialmente, o objetivo é trabalhar com cerca de 200 proteínas associadas aos genes seqüenciados nos projetos Genoma Humano do Câncer, Genoma Cana (SUCest), e genomas das bactérias Xylella fastidiosa e Xanthomonas citri, mas poderão ser propostos estudos de proteínas ligadas a outros problemas de saúde pública. Cada um dos laboratórios deve trabalhar com entre 4 e 8 proteínas e receberá US$ 78 mil, em quatro anos. O investimentos podem chegar a US$ 3,5 milhões, com a aquisição de novos equipamentos. As pesquisas da Rede podem gerar conhecimento para a produção de novos medicamentos, criados com base em ações específicas das proteínas. Esses compostos orgânicos têm estruturas muito versáteis e são responsáveis por quase todos os complexos processos biológicos de um organismo, como o transporte de ferro no sangue ou o controle da entrada de açúcar nas células. Um dos inibidores de protease, presente no coquetel de medicamentos utilizado desde 1996 por portadores do vírus HIV, é um exemplo típico de medicamento desenvolvido a partir da elucidação da estrutura de uma proteína associada a um vírus. A formação da SMOLBnet deve ampliar a competência brasileira no campo da biologia molecular estrutural, contribuindo para a capacitação de pesquisadores e para o aumento da quantidade de estruturas de proteínas estudadas. Hoje, o Brasil participa com cerca de 0,25% da produção mundial e estima-se que até 2005 pelo menos 200 novas proteínas humanas e de bactérias sejam elucidadas. A SMOLBnet desenvolverá seus estudos com o apoio do Centro de Biologia Molecular Estrutural (CBME), dirigido pelo bioquímico Rogério Meneghini. O Centro está sediado no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, e pode oferecer aos grupos da Rede uma infra-estrutura mais ampla do que a existente em suas instituições de origem. No CBME, os pesquisadores dispõem de potentes feixes de raios-X produzidos por uma linha de luz síncrotron destinada exclusivamente à pesquisa de proteínas, além de dois novos equipamentos de ressonância nuclear magnética (em fase de instalação), adquiridos com apoio da FAPESP. Todas as etapas necessárias para que uma proteína fique em condições de ser estudada são realizadas no CBME. Técnicos e cientistas replicam, purificam e cristalizam proteínas (no caso daqueles tipos que podem chegar a esta etapa) ou fazem a etapa até a purificação (no caso de proteínas que não cristalizam e, portanto, devem ser analisadas com uso de ressonância magnética). O Centro ocupa um prédio de 3.400 metros quadrados, onde foram investidos R$ 2,4 milhões – dois terços do próprio LNLS, com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, e um

05/24/2001


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