Favela de Álvares Machado está com dias contados
A CDHU está concluindo um conjunto habitacional no município para atender a pessoas que residem em condições precárias.
A angústia e o sofrimento de mais de 70 famílias que hoje moram na Favela do Saci, também chamada de Favela da Área Verde, em Álvares Machado, estão com os dias contados. É que a CDHU está concluindo um conjunto habitacional no município para atender a essas pessoas que residem em condições precárias. A mudança de vida não deve passar do início de outubro, quando as 72 casas, viabilizadas pelo programa Pró-Lar Atuação em Favelas e Áreas de Risco, devem estar concluídas e com os novos moradores já dentro dos imóveis.
Por estar localizada em uma área de preservação ambiental, o Ministério Público exigiu que a favela fosse extinta. Para atender a essa determinação, a CDHU executou o projeto e repassa, de acordo com a medição da obra, um valor (cerca de R$ 17 mil por unidade) referente a uma cesta de material de construção para a prefeitura de Álvares, que administra as obras.
No empreendimento, que fica bem próximo de onde hoje está a favela, no Parque dos Pinheiros, a CDHU está investindo R$ 1,2 milhão. São casas com 43,18m² de área construída, dois dormitórios (a área do terreno permite a ampliação para mais dois quartos), sala, cozinha e banheiro.
O Pró-Lar Atuação em Favelas foi desenvolvido para atender a quem mora nessas áreas sem infra-estrutura ou a famílias que estão desabrigadas devido a ocorrência de calamidades públicas. Em Álvares Machado, esse programa é tocado em regime de autoconstrução, com os moradores colocando a mão na massa, literalmente, para erguer suas casas. Esse aprendizado em mutirão serviu, entre outras coisas, para que as pessoas percebessem que, unidas, tinham mais força para lutar.
Antônio Pereira da Silva, presidente da Associação de Moradores do bairro, e Cosmo Damião da Silva Paulino, líder comunitário, reforçam a importância desse aprendizado. Dizem que a união dos moradores foi o que acelerou o ritmo da obra. Iniciada em 2005, deve estar concluída em pouco mais de um ano, sendo que a média dos mutirões no Estado de São Paulo está acima disso. "Está escrito lá na placa: previsão de término em 2007, e nós vamos terminar bem antes disso", assegura Cosmo, com indisfarçável orgulho.
Uma das futuras moradoras que ajudaram a acelerar as obras e antecipar a realização do sonho é Janaína Aparecida da Silva, 21 anos, que se jogou de cabeça no trabalho. Não vê a hora de receber a recompensa, sair da favela e mudar para a casa própria. "Para mim, aquilo é o paraíso", diz, referindo-se ao conjunto, para o qual vai se mudar acompanhada de cinco pessoas da família, entre pais,
08/13/2006
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