Ferraço faz apelo ao Ministério da Agricultura por medidas para ajudar produtores de café conilon



O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) fez um apelo para que o Ministério da Agricultura reveja sua posição e estenda aos produtores de café conilon as medidas já adotadas para a produção da variedade arábica.

Em discurso no Plenário na quarta-feira (27), Ferraço reivindicou a atualização do preço mínimo desse tipo de café de RS 156 para R$ 187. Segundo o senador, desde 2010 o valor não é reajustado. Outra medida reivindicada é a extensão da política de comercialização para o conilon, por meio de aquisições do governo federal, de Contrato de Opções e do prêmio de equalização pago ao produtor.

- Nós queremos saudar o Ministério da Agricultura, quando anuncia a adoção de medidas de apoio aos produtores de café conilon. Mas é insustentável, é inadmissível que o Ministério da Agricultura finalize apoio aos produtores de café arábica e não estenda esse apoio aos produtores de café conilon – afirmou o senador.

Segundo Ferraço, para o café arábica, foram reajustados os preços mínimos; realizados três mil Contratos de Opções;  e postergado o pagamento das parcelas do crédito rural.

Crise sistêmica

De acordo com o senador, a cafeicultura brasileira e mundial, tanto da produção do arábico como do conilon, passam por uma crise sistêmica que deixou de ser conjuntural. Os preços do café no mercado internacional vêm se reduzindo desde 2011. Estatísticas oficiais, informou o senador, indicavam ainda naquele ano, que o preço médio da saca de café exportado foi de US$224.00. Em 2012, o preço caiu para US$200.00. Em 2013, a saca média está em torno de US$150.00, uma redução de 33%.

Em contrapartida, disse ele, os custos estão se elevando em razão da inflação e da importação de fertilizantes para a manutenção de suas lavouras.

- São dois movimentos absolutamente contraditórios: os custos sobem pelo elevador e as receitas e os preços descem em uma escala muito forte.

Como informou o senador, o conilon chegou no país há um século e hoje corresponde a 25% da produção nacional.  É uma variedade muito adaptada a região de clima quente, com enorme capacidade de resistência, de convivência com a seca, em ambiente de restrição de regime de chuva. O Espírito Santo, informou ele, é pioneiro na pesquisa agronômica de melhoramento genético .

Em 2013, disse ele, a safra de café no país deverá girar em torno de 48 milhões de sacas, sendo 36,7 milhões de arábica e, aproximadamente, 11 milhões de conilon. Minas Gerais é o maior produtor e o Espírito Santo fica em segundo lugar, onde o conilon representa 75% da produção.



28/11/2013

Agência Senado


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