Flexa Ribeiro apresenta recibos de doações da Camargo Corrêa



O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) demonstrou da tribuna do Senado, nesta quinta-feira (26), sua indignação com o vazamento de informações que envolvem seu nome com supostas doações irregulares da Construtora Camargo Corrêa a partidos políticos. O senador disse que a Polícia Federal "cometeu a leviandade de vazar dois diálogos, que foram pinçados em um processo de escuta que demandou mais de um ano". Ele se referia a um diálogo seu e outro do senador José Agripino (DEM-RN), com dirigentes da empresa, investigados pela PF por meio de escutas telefônicas. Flexa Ribeiro fez questão de esclarecer que recebeu, em nome do diretório regional de seu partido, doações que estão devidamente registradas na prestação de contas de seu partido.

- Não éramos, nem o senador Agripino nem eu, candidatos na eleição de 2008 - explicou Flexa Ribeiro. - Apenas presidimos os dois diretórios e, como tal, recebemos a doação legal, prevista pela lei que trata das doações para as campanhas políticas, doações essas feitas da conta bancária da empresa doadora para a conta bancária do diretório estadual do partido, transferidas por TED.

Flexa Ribeiro leu em Plenário a íntegra dos recibos, que dão conta de dois depósitos feitos na conta de seu partido nos dias 15 de setembro de 2008 e 23 de setembro do mesmo ano. Ambos no valor de R$ 100 mil. O senador encaminhou cópias dos recibos à Mesa do Senado, esclarecendo que eles serão igualmente enviados ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará.

Para o senador Flexa Ribeiro, "soa de forma estranha" que vazem das investigações justamente os diálogos de dois senadores da oposição.

- Por mais que não queiramos admitir isso, mas é impressionante que os diálogos vazados tenham sido de dois senadores da oposição - disse o senador, acrescentando que o Executivo talvez quisesse "desviar a atenção de algum foco para tentar trazer os partidos de oposição de forma leviana à mídia".

Em aparte, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que tanto o senador Flexa Ribeiro como o senador José Agripino estão sendo vítimas de uma "verdadeira polícia política que se montou no Brasil". Ele ressaltou que não considera a Polícia Federal uma polícia política mas observou que o sistema de vazamentos de informações faz parte do mesmo tipo de propaganda que foi usado tanto pelos nazistas, como pelos fascistas, estalinistas, maoístas "e todos os governos autoritários".

- Vazam informações, com fundo verdadeiro, como é a coleta legítima e legal de donativos para campanhas, que nada tem de ilegal, para misturar com escândalos que são verdadeiros. Misturam o joio com o trigo, aproveitando o clima existente para vazar informações sobre senadores que fazem oposição ao governo - afirmou Jerissati.

O senador José Sarney, na presidência da Mesa, após o aparte de Jereissati esclareceu já haver determinado ao corregedor da Casa, senador Romeu Tuma, que pedisse ao responsável por esse inquérito as peças que fazem referência aos dois senadores. Sarney disse que o Senado vai pedir, sobretudo, a apuração das responsabilidades sobre o vazamento das informações. O presidente do Senado manifestou também sua solidariedade ao senador Flexa Ribeiro, de quem disse conhecer a lisura.

- Vossa Excelência tem a solidariedade de todos nesta Casa, sabendo que Vossa Excelência não cometeu nenhum deslize - disse Sarney.



26/03/2009

Agência Senado


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