Fogaça prega a necessidade de reflexão sobre a verdade na política



O senador José Fogaça (PPS-RS) conclamou os senadores nesta quarta-feira (20) a refletirem sobre o que chamou de -o principal e mais crucial- problema da sociedade moderna em todo o mundo, que, segundo ele, é -a verdade na política-. Citando o livro O Horror Político, do autor francês Jacques Généreux, publicado na década de 90, Fogaça disse que é necessário construir, no mundo inteiro, uma nova ética de comportamento político e de conduta eleitoral e partidária.

Généreux, segundo Fogaça, afirma que, dos elementos que constroem a vida política hoje, a verdade é o mais delicado e vulnerável. O autor observa que os governantes, para se elegerem, são obrigados a dizer uma coisa e impelidos a ter outro comportamento como governantes. Apontando este como um problema mundial, o autor o classifica como -o grande horror político- da atualidade.

Ainda citando Généreux, Fogaça disse que o Estado perdeu, no mundo inteiro, a sua capacidade de ser o grande centro mobilizador de recursos para investimentos e expansão da economia. Ressaltando que esta realidade aplica-se ao atual governo no Brasil e também ao próximo, Fogaça perguntou se o país está preparado -para o grande horror político que assombra a todos neste início de milênio-.

O senador lembrou a diferença entre o discurso do PT, que sempre foi de -repúdio veemente- ao Fundo Monetário Internacional (FMI), e a postura agora adotada pelo partido, -de tolerância e de proximidade- com a instituição. Fogaça ressaltou que não considera esta uma postura condenável, e elogiou -o bom senso, o equilíbrio e a demonstração de maturidade- do PT. Ele frisou, no entanto, que -há uma enorme divergência entre o que é preciso dizer para o eleitor e o que é preciso dizer como candidato eleito-.

- O grande horror do final do século 20 e do início do milênio é a fuga, porque cada vez mais corre entre os nossos dedos, escapa de nossas mãos a verdade na política - disse Fogaça, perguntando como coadunar a verdade de uma campanha eleitoral com a verdade -de uma realidade plasmada na necessidade de governar-.



20/11/2002

Agência Senado


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