Fórum aponta integração "Público-Privado" como alternativa para o desenvolvimento regional
Evento, promovido pela Concessionária de Rodovias TEBE, reuniu secretários estaduais e municipais, prefeitos, e empresários
Os participantes do Fórum de Desenvolvimento Regional, realizado nesta segunda-feira (29/05), em Bebedouro, apontaram a integração entre as esferas pública e privada como uma alternativa para o desenvolvimento regional.
O evento, promovido pela Concessionária de Rodovias TEBE S/A, com o apoio da empresa de consultoria VAE (Valor & Atitude Empresarial) e da empresa de construção pesada e concessões - INFRAENG, contou com a presença de cerca de 350 pessoas, que prestigiaram os painéis apresentados ao longo do dia.
O encontro também possibilitou a interação e o debate entre os representantes de entidades públicas e privadas ao reunir secretários estaduais e municipais, deputados, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, empresários e representantes de entidades sociais de cerca de 40 municípios.
De acordo com Linomar Barros Deroldo, presidente da TEBE S/A, o evento atingiu os objetivos propostos e as expectativas, visando fomentar as possibilidades e perspectivas em busca de um crescimento econômico sustentado e do desenvolvimento social. Ele afirmou que a intenção é reeditar o encontro de forma periódica, mas que os detalhes e formato das próximas edições serão definidos posteriormente.
“O Fórum de Desenvolvimento Regional é uma das ações que estaremos realizando, fomentada pela nossa responsabilidade social, porque acreditamos que é necessário estimular a intervenção da iniciativa privada na comunidade e a prática de políticas efetivas dos gestores públicos em busca do desenvolvimento”, disse Deroldo.
Programas e ações
A programação do Fórum de Desenvolvimento Regional contou com a apresentação de projetos e ações envolvendo a administração pública e a iniciativa privada como o Projeto Guri, o Projeto de Cidadania do BANESE (Banco do Estado de Sergipe), a Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo e a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais.
A sessão de palestras foi aberta pela coordenadora executiva do Projeto Guri, Silvana Cardoso, que apresentou as particularidades e metas do programa, que atende cerca de 27 mil crianças e adolescentes em 213 pólos (sendo 166 abertos à comunidade e 47 em parceria com a Febem).
A entidade, que é mantida por meio de parcerias entre a iniciativa privada e o governo do Estado de São Paulo, oferece cursos nas áreas da música e do canto, que são utilizados como ferramenta de inserção social. Em 2005, o Projeto Guri recebeu cerca de R$ 1,8 milhão de repasses da iniciativa privada, o que possibilitou a ampliação do número de atendidos e a realização de cerca de 1.000 apresentações.
“O projeto possui atividades culturais, mas essas atividades contribuem para melhorar a condição de vida dessas crianças e adolescentes. No último levantamento, foi registrado que 58% do atendidos tiveram melhora na escola e que 97% melhorou o seu convívio social”, disse Silvana;
No segundo painel da manhã, o diretor-presidente do BANESE, Jair Araújo de Oliveira, afirmou que a melhoria dos índices de indicadores sociais e econômicos depende de um desenvolvimento sustentável.
Durante sua exposição, Oliveira descreveu os projetos da instituição direcionados para os públicos interno (funcionários), como benefícios e programas de estímulo à capacitação e o aperfeiçoamento profissional, e externo (comunidade), que envolve projetos de reciclagem, horta comunitária, teatro para crianças hospitalizadas, inclusão digital, incentivo e apoio ao esporte amador, capacitação e contratação de mão-de-obra de detentos, entre outros.
“Todo mundo tem a visão de que banco é um representante do “diabo”, mas temos a consciência de que é preciso promover a inserção social e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Dessa forma, entre outros projetos, destinamos cerca de R$ 15 milhões, em 2005, para linhas de micro-crédito do Banco do Povo visando a geração de renda nos bolsões de pobreza. Os financiamentos, de R$ 600,00 em média, permitiram a criação de pequenas confecções, produções de artesanato e de sacolas, entre outros”, disse Oliveira.
No período da tarde, a palestra do secretário de Transporte do Estado de São Paulo, Dario Rais Lopes, abordou os aspectos do setor, que foi definido como um dos elementos da vantagem competitiva.
Para o secretário, é necessário que ocorra uma mudança de mentalidade e uma forte interação entre o setor público e privado para que a área cresça e proporcione os benefícios do desenvolvimento regional.
Ele apontou como exemplo de parceria bem-sucedida, a situação das rodovias no Estado de São Paulo, que entre 2003 e 2005, contaram com cerca de R$ 4,6 milhões de investimento, sendo que R$ 2,3 milhões foram aplicados pelas empresas concessionárias.
“Também precisamos pensar no longo prazo, por isso, é importante a preparação de um plano diretor na área dos transportes que vislumbre setores estratégicos como hidrovias, aeroportos, dutovias e a duplicação de rodovias”, disse Lopes.
A última palestra contou com a presença da secretária de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais, Renata Maria Paes de Vilhena, que fez um balanço sobre as transformações na administração estadual.
Na apresentação, ela afirmou que o “choque de gestão”, implementado pelo Governo de Minas Gerais, envolve medidas estratégicos como o ajuste fiscal, o equilíbrio e controle financeiro visando o desenvolvimento sócio-econômico da população.
De acordo com a secretária, as ações adotadas envolveram a participação dos setores público e privado, já que existem projetos desenvolvidos por meio de organizações sociais e parcerias com a iniciativa privada.
“Em um primeiro momento, organizamos a situação interna por meio da extinção de secretarias, postos, cargos comissionados e controle de despesas. Posteriormente, elaboramos um projeto de estímulo e incentivo à capacitação e aprimoramento dos servidores. Atualmente, todo esse processo conta com um amplo planejamento, que é reavaliado constantemente para evitar possíveis erros e para que o orçamento seja cumprido de acordo com a realidade fiscal e prioridades do governo”, disse Renata.
Exemplo
As palestras e debates não foram as únicas ações envolvendo o tema central do Fórum de Desenvolvimento Regional. A abertura do encontro contou com a apresentação da Banda Rítmica do Educandário de Bebedouro.
O grupo, formado na instituição em 2005 e que possui cerca de 100 crianças, é um exemplo de parceria na área de responsabilidade social, já que os instrumentos e a manutenção do projeto contam com o apoio da iniciativa privada.
A Banda Rítmica do Educandário, que contou com a participação de 34 alunos da instituição, apresentou a “Sinfonia nº 40”, de Mozart, e a valsa “Danúbio Azul”, de Strauss 2º por meio de instrumentos como chocalho, pandeiro, pratos, reco-reco, “passarinho”, “coco” e triângulo.
05/30/2006
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