Especialistas apontam parques tecnológicos como alternativa de desenvolvimento



Os parques tecnológicos brasileiros devem contribuir para consolidar a formação de uma indústria do conhecimento competitiva e forte no Brasil. Foi o que disse nesta segunda-feira (21) o senador Fernando Collor (PTB-AL), que coordenou o painel "Novas Tecnologias Urbanas e Parques Tecnológicos", o sexto do ciclo de debates promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) para debater os principais desafios estratégicos que o Brasil deverá enfrentar até 2015.

Parques tecnológicos são empreendimentos que resultam da articulação entre pesquisa acadêmica e iniciativas empresariais, visando ao desenvolvimento tecnológico. Com a valorização do papel da inovação no desenvolvimento, governos de diferentes países têm oferecido suporte institucional para potencializar a geração e a utilização de conhecimentos científicos em processos produtivos. Um dos mais conhecidos parques tecnológicos do mundo é o chamado "Vale do Silício", na Califórnia (EUA), sede de empresas como a Microsoft, a Intel e o Google.

De acordo com Collor, a finalidade dos parques tecnológicos é prover a inteligência, a infraestrutura e os serviços necessários para o fortalecimento das empresas de tecnologia.

- Guardadas as devidas proporções, o modelo de parques tecnológicos pode e deve representar para a indústria do conhecimento o mesmo que significou a universidade para o setor de ensino; os complexos financeiros como Wall Street para o setor financeiro; os shopping centers para o setor de comércio e a internet para as telecomunicações e os negócios - disse.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, que também é diretor da Associação Nacional de Entidades promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), afirmou que existem hoje no país mais de 50 parques tecnológicos - um terço dos quais em implantação, um terço em fase de projeto e um terço em pleno funcionamento. Além disso, segundo ele, há 440 incubadoras de empresas, entidades ligadas ao meio acadêmico que têm como objetivo estimular a criação de novas empresas e prepará-las para sobreviver no mercado. Conforme os dados da Anprotec, haveria hoje perto de seis mil empresas sendo incubadas.

Os parques tecnológicos e as incubadoras, conforme Tonholo, pretendem fortalecer o espírito empreendedor, aumentar a parceria entre as empresas e promover a transferência de tecnologia entre elas.

Primeiro palestrante, o deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR) expôs aos senadores o caso do parque tecnológico de Pato Branco, município paranaense do qual foi prefeito. Ele explicou que a implantação gradual do parque, que começou com incentivos de vários presidentes da República, passou pela universalização do ensino em tempo integral em Pato Branco, pela expansão dos cursos técnicos e de nível superior e pela concessão de incentivos financeiros.

De acordo com Aleceni Guerra, hoje a cidade de Pato Branco é um pólo de indústrias eletrônicas, especialmente de software. Segundo o deputado, depois da implantação do parque tecnológico, a cidade enriqueceu e o índice de mortalidade infantil teria caído.

Tecnologias urbanas

Os participantes do debate trataram também de outras tecnologias urbanas. A arquiteta Maria Salette Weber falou do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), que coordena no Ministério das Cidades e que visa definir e estimular o cumprimento de normas técnicas de produção de materiais de construção. De acordo com a arquiteta, o programa foi desenvolvido em parceria com o meio acadêmico e com a indústria de construção civil, buscando tornar o setor mais competitivo e mais econômico, com grande preocupação com a segurança. Segundo Salette, o programa começou em 1990 e já resultou em grandes avanços na área de pesquisa.

Já o arquiteto especialista em urbanismo Lubomir Antonio Ficinski Dunin, que presidiu o Instituto de Planejamento e Pesquisa Urbana de Curitiba, destacou a importância do planejamento urbano, lembrando que as grandes regiões metropolitanas concentram habitantes e gastos de energia. Ele destacou a necessidade de pensar soluções para questões como as dificuldades de transportes entre as cidades integrantes da região metropolitana e os desequilíbrios econômicos entre elas.

Além de Collor, que preside a comissão, participaram da audiência os senadores Gilberto Goellner (DEM-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP).



21/09/2009

Agência Senado


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