FRANCELINO PEREIRA PRECONIZA UM BRASIL ADEQUADO AO NOVO CENÁRIO MUNDIAL
"O novo governo de Fernando Henrique Cardoso terá que construir, efetivamente, uma nação justa, sem as desigualdades sociais que estão aí", afirmou nesta segunda-feira (dia 4) o senador Francelino Pereira (PFL-MG). Ele preconizou a construção de um Brasil capaz de situar-se adequadamente no novo cenário em que se organizam os mercados do mundo, tirando proveito da nova divisão econômica que se inaugura.O senador observou que a posse de Fernando Henrique Cardoso para o seu segundo mandato coincide com o limiar de uma nova era e com a inauguração da nova moeda comum européia - o Euro. Ele definiu essa moeda como "a mais importante realização européia de uma década repleta de acontecimentos que mudaram a face do mundo, passando pela queda do muro de Berlim e pela implosão da União Soviética".Em sua opinião, o Euro reflete a inesgotável capacidade de recuperação da Europa, abalada neste século por duas devastadoras guerras e lançando-se agora no mais ousado desafio já feito à hegemonia econômica e financeira dos Estados Unidos. Ele informou que esse novo mercado, conhecido agora como Euroland, reúne uma população de 282 milhões de habitantes e um PIB superior a US$6 trilhões.Conforme Francelino Pereira, o novo ano despertou sob uma nova realidade - a divisão do mundo em três grandes blocos econômicos, formados pelos Estados Unidos, a Euroland e a Ásia. Ele também previu que o Euro não só desempenhará um papel importante como reserva monetária internacional, como deverá converter-se em alternativa à hegemonia do dólar. Para o senador, o mundo está assistindo a uma reviravolta na História. "Se, no passado, a unificação política precedeu a adoção de uma moeda comum, no limiar do novo milênio temos o contrário: os países europeus trataram primeiro de sua unificação monetária, com a instituição de um banco central e a criação de uma moeda única, para depois cuidarem da unificação política". Ele considerou uma sorte que um significativo percentual do comércio brasileiro se desenvolva com a Europa, em especial com os países que aderiram ao Euro. Mas ressalvou que o caminho brasileiro não pode ser outro "senão fortalecer e consolidar o Mercosul e, a partir daí, tornar realidade a Associação de Livre Comércio das Américas - a Alca".Francelino Pereira está convencido de que, juntamente com os Estados Unidos, Canadá e México, o Brasil constituirá no futuro o maior bloco comercial do mundo. Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) disse que a inauguração do Euro acaba com o hegemonia de uma única moeda sobre o mundo inteiro.
04/01/1999
Agência Senado
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