Garibaldi recomenda avanço nas investigações antes da convocação de Dilma Rousseff



O presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou, na manhã desta quarta-feira (9), que mais importante que convocar imediatamente a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para explicar o dossiê com gastos do governo FHC é fazer avançar a investigação de irregularidades acaso praticadas com cartões corporativos.

VEJA MAIS

- Eu acho que não se deve pensar em trazer uma autoridade como ela, assim, não se deve pensar em trazer de antemão. Deve-se deixar avançarem as investigações para saber se o depoimento dela vai ser tão necessário. Porque, às vezes, se coloca o carro na frente dos bois. Tem que se caminhar na investigação, até para saber perguntar - defendeu.

Informado pelos jornalistas de que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) votaria nesta quarta-feira requerimento do senador Arthur Virgilio (PSDB-AM), de convocação da ministra, Garibaldi foi enfático na argumentação de que isso é colocar o carro na frente dos bois.

- É por isso que eu digo: essa ansiedade de ouvir a ministra não é algo bom. Não é ouvindo a ministra que se vai chegar a uma conclusão definitiva. Afinal de contas, a CPI não se resume a ouvir a ministra. Eu sou mais pela investigação menos açodada, a investigação mais tranqüila, balizada em documentos, em fatos. Já fui de CPI e sei que esse é o caminho de uma CPI que quer apurar. Não estou duvidando das intenções de ninguém, da vontade de apurar de ninguém, mas acho que se deve ter tranqüilidade para apurar.

Sobre as dificuldades que a Casa enfrentará com o funcionamento simultâneo de duas comissões parlamentares de inquérito para apurar o mesmo assunto - o uso de cartões corporativos pelo governo - o presidente do Senado lembrou que previu esses obstáculos desde o início. E brincou dizendo que, pelo relato da imprensa, as dificuldades estão começando antes do previsto.

- Presidente, essas CPIs vão servir mais como palanque político do que como real investigação de irregularidades no governo? - questionaram os jornalistas.

- Eu não duvido das intenções de ninguém. Às vezes, as pessoas estão tão apaixonadas por uma causa que cometem equívocos. Eu reconheço que a oposição pode estar certa em querer, de qualquer maneira, investigar. Apenas acho que com esse "de qualquer maneira" é preciso ter cuidado. Porque pode resultar em frustração.

Questionado se essas duas CPIs não põem em risco seu projeto de fazer o Legislativo retomar em 2008 suas prerrogativas constitucionais, votando matérias relevantes para o país e impedindo que o Executivo faça isso via medidas provisórias, Garibaldi Alves disse que não se deixa envolver pelo pessimismo.

- Eu acho que isso pode trazer dificuldade, mas comprometer... eu preferia não pronunciar palavra tão dura. Eu acho que estamos num ano difícil, já foi provado isso, mas nós vamos avançar, conseguir alguma coisa. Essa história de ficar só se lamentando também não dá.

Informado de que a oposição está de posse de documentos que revelam novas irregularidades com os gastos da Presidência da República, Garibaldi foi perguntado se haverá no Senado uma guerra de dossiês.

- Guerra vai ter, não sei de que - respondeu.



09/04/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Garibaldi desaconselha açodamento na convocação de Dilma Rousseff

Garibaldi Alves já recebeu requerimento de convocação de Dilma Rousseff ao Plenário

CMA rejeita convocação de Dilma Rousseff

CI aprova convocação de Dilma Rousseff

CI aprova convocação de Dilma Rousseff

Congresso entrega a Dilma Rousseff relatório de investigações sobre violência contra a mulher