Genoíno diz que bancada do PT vai apoiar a proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 260



O presidente do PT, José Genoíno, deixou a reunião da manhã desta terça-feira (15) com os senadores do partido afirmando que a posição da maioria da bancada na Casa é de votar a favor da Medida Provisória nº 182/04 que reajustou o salário mínimo de R$ 240 para R$ 260 a partir de 1º de maio. A bancada, disse ainda Genoíno, também defende o reforço dos compromissos sociais do governo e a implantação de uma política de recuperação do salário mínimo para entrar em vigor em 2005 e 2006.

Ele reconheceu que não há unanimidade dentro da bancada, mas ressaltou que no partido tudo é debatido e que será dada continuidade às conversas para convencimento dos que ainda têm posições divergentes. Genoíno lembrou que no processo de votação na Câmara dos Deputados também não havia consenso mas a matéria foi aprovada.

- Acho que há compreensão política da bancada do PT no Senado sobre a importância dessa votação. Com essa posição, a bancada do PT no Senado dá demonstração política muito importante para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e isso vai pesar nas negociações com os demais integrantes da base aliada - afirmou.

Genoíno afirmou ainda que irá trabalhar pela unidade do voto dentro do PT, como foi feito na Câmara dos Deputados, e que não está sendo discutida a possibilidade de punição dos dissidentes.

- O partido tem posição, a bancada tem posição e o governo tem posição. Nós estamos convencendo e dialogando - assegurou.

Sobre os programas sociais, Genoíno lembrou que o governo está pagando uma dívida com os aposentados no valor de R$ 12 bilhões, que não estava prevista e que foi herdada do governo anterior; ampliando o programa Bolsa Família para atender a 6 milhões de famílias até o final do ano; direcionando os recursos de excesso de arrecadação de impostos para a reforma agrária e que deve investir R$ 2,125 bilhões para saneamento e moradia popular.

- Portanto, o governo está absolutamente transparente. Esse limite do mínimo não é o ideal, mas é fundamental para consolidar a tendência de recuperação da economia brasileira.

Convencimento

A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC) disse ao final da reunião, que será necessário dar continuidade às conversas uma vez que três senadores do PT não compareceram ao encontro. A líder explicou que as três ausências não têm conotação política e que houve justificativa para o não comparecimento ao encontro com Genoíno. De acordo com a assessoria da liderança, não estavam presentes as senadoras Serys Slhessarenko (PT-MT) e Fátima Cleide (PT-RO) e o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Ao ser questionada sobre o senador Paulo Paim (PT-RS), Ideli disse que a posição do senador é de conhecimento público mas que a bancada não desiste de convencê-lo a votar a favor do mínimo de R$ 260. Paim tem feito pronunciamentos defendendo aumento maior para o mínimo.

- Nós estamos trabalhando com a lógica do convencimento, de podermos contar com os 13 votos da bancada do PT - informou.

Ainda segundo Ideli Salvatti, haverá uma reunião muito importante na tarde desta terça-feira para se discutir com a bancada a construção de políticas de médio prazo para recuperação do salário mínimo, por meio de propostas a serem incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e também de ampliação de políticas públicas já adotadas pelo governo para complementar o reajuste do salário mínimo.

A data para votação da MP do salário míninimo, segundo Ideli, somente poderá ser decidida pelo conjunto dos partidos na Casa. Ela disse, entretanto, que há disposição da bancada do PT para votar a matéria esta semana. A MP já está trancando a pauta do Plenário e consta da Ordem do Dia da sessão plenária desta terça-feira.



15/06/2004

Agência Senado


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