Geraldo Cândido protesta contra discriminação racial



Ao discursar sobre o significado do dia 13 de maio, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) disse que não há nada a comemorar, porque a escravatura ainda não foi abolida no Brasil. Para o senador, a relação do patrão com o trabalhador "permanece de cunho escravagista" e a data comemorativa da assinatura da Lei Áurea deveria ser substituída pelo dia nacional de denúncia contra a existência de excluídos, "sejam negros ou apenas pobres".

Para Geraldo Cândido, o que os afro-descendentes querem é uma cidadania que tenha como objetivo despertar a nação inteira para a situação de exclusão em que vivem.- O governo de Fernando Henrique Cardoso e sua política neoliberal, associados a um passado colonial escravagista e explorador, perpetua as desigualdades sociais priorizando os acordos internacionais - disse o senador.

Segundo Geraldo Cândido, os efeitos das ações do governo ampliam ainda mais os contrastes sociais gerando situações como a informalização crescente do mercado de trabalho e o aumento do desemprego. "Quem mais sofre as conseqüências deste desgoverno são as camadas carentes, da cidade ou do meio rural, acentuando ainda mais a violência e o genocídio da população negra e pobre", disse.

Geraldo Cândido destacou que todas as denúncias de racismo já foram feitas, e o mito da democracia racial no Brasil está ultrapassado. Para ele, o que os negros querem são ações efetivas que retirem a população afro-descendente da condição de marginalização perante a sociedade, para que tenham orgulho de conviver na multiplicidade de raças e culturas que é o destino da nação brasileira, concluiu.

17/05/2001

Agência Senado


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