GERALDO MELO APELA A FHC POR POLÍTICA ESPECÍFICA PARA O NORDESTE



O governo Fernando Henrique Cardoso, segundo afirmou hoje (dia 27) o senador Geraldo Melo (PSDB-RN), pode ser um marco histórico para o Nordeste, à semelhança do que representou para a região o governo de Juscelino Kubitschek, se encabeçar uma nova era de desenvolvimento regional, harmonizando os níveis de vida do Nordeste com o do restante do país.

- Já é tempo de se dispor de programas maduros a serem oferecidos à sociedade. É chegado o momento de reconhecer que uma única política econômica não é adequada, ao mesmo tempo, a São Paulo e ao resto do país. Precisamos de uma revisão, sem preconceitos, sem irritação, sem discursos lacrimejantes nem pires nas mãos - acrescentou.

Recusando-se a simplesmente reivindicar recursos federais para a seca que atinge gravemente a região, Melo apelou ao presidente por uma política regional específica para o problema permanente da seca nordestina. Ele reiterou que é inaceitável que "meia dúzia de economistas recusem a adoção de políticas econômicas regionais" e destacou dois exemplos: o dos Estados Unidos, "o templo da iniciativa privada", em relação à Califórnia; e o da Alemanha, que investirá cerca de US$ 100 bilhões no seu Nordeste, a ex-Alemanha Oriental.

Melo também apelou ao presidente para que lidere uma mobilização junto aos governos estaduais, para que eles participem mais diretamente da atual situação de emergência, mesmo porque "muitos deles estão cheios de dinheiro". Conforme disse, os governadores nordestinos saíram "contrafeitos e desgostosos" de audiência com o presidente da República em que foi discutido o problema da seca, mas "entendo uma postura de firmeza, para evitar que se repitam episódios do passado, em que se fez uso descarado da miséria".

O senador assegurou compreender que os governos federal e estaduais se coloquem numa posição de mostrar a limitação dos seus recursos e possibilidades. No entanto, caberiam programas específicos, como os desenvolvidos nos Estados Unidos. Lá, acentuou, após estudo exaustivo dos efeitos do El Niño para as diferentes regiões do país, despontaram organizações com programas e políticas definidas para os casos de seca, inundações, etc.

Geraldo Melo também repudiou a visão "romântica e dramática" difundida pelas tevês no noticiário sobre a seca nordestina. E criticou o comentarista Arnaldo Jabor, para o qual a seca seria responsabilidade exclusiva dos políticos nordestinos: "Quem fala isso está sendo egoísta e injusto, não pela crítica aos políticos, mas porque deveria revelar o segredo de como acabar com o problema da seca", frisou.



27/04/1998

Agência Senado


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