Gerson Camata pede CPI para investigar invasão de terra, prédios e empresas



O senador Gerson Camata (PMDB-ES) defendeu em Plenário, nesta quarta-feira (12), a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a ação de movimentos sociais que patrocinam invasões de terras, prédios públicos ou paralisações de atividades empresariais. De acordo com o parlamentar, as ações são comandadas pelo Foro de São Paulo e, ainda, pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

- Há um movimento nacional de organismos - e, vou usar a palavra, subversivos, bandidos - para desestabilizar a economia do Brasil - acusou o parlamentar.

Segundo o senador, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) saberia que as Farc estão atuando no Brasil. De acordo com ele, a organização inclusive vem matando mais no Brasil do que na Colômbia. Jovens brasileiros, como afirmou, estão morrendo em conseqüência do tráfico de cocaína que as Farc conseguem fazer passar pelas fronteiras.

- As armas que estão matando os jovens brasileiros são infiltradas pela fronteira, pelas Farc, e não se vê uma providência a ser tomada pelo Brasil - disse.

O senador disse que o contribuinte brasileiro mantém as Forças Armadas mais caras e bem aparelhadas da América e não recebe nada em troca. Para Gerson Camata, a "fronteira do Brasil é um queijo cheio de buracos", por onde entram armas, drogas e maconha. Ele criticou o fato de as unidades militares estarem mais presentes nos quartéis urbanos do que nas fronteiras.

- Por que não vigiamos as nossas fronteiras? Por que temos as Forças Armadas mais poderosas da América Latina e ninguém nos respeita? - indagou.

No discurso, o senador registrou a ação deflagrada contra a Companhia Vale do Rio Doce, envolvendo a paralisação de trens operados pela empresa. Segundo ele, 200 mil toneladas de produtos ficaram retidas, sem poder chegar a terminal portuário no Espírito Santo para onde é remetida ao exterior e, como disse, "comprometendo a credibilidade do Brasil no mercado externo". Como a linha é usada igualmente para transporte de passageiros, disse que pessoas humildes também ficaram retidas, com muito sacrifício.

Apoio a Garibaldi

Gerson Camata também aproveitou para se solidarizar com o presidente do Senado, Garibaldi Alves, pelos acontecimentos em Plenário, em sessão tumultuada que só se encerrou na madrugada dessa quarta-feira. A oposição, que vinha obstruindo os trabalhos, abandonou o Plenário depois que os governistas rejeitaram uma medida provisória em exame para favorecer a votação de outra MP, destinada a criar a Empresa Brasil de Comunicação e a televisão pública TV Brasil.

- Temos que criar grupo de senadores para reforçar a ação do presidente e que cobre o cumprimento do regimento interno - disse Gerson Camata.

O senador disse ser necessário acabar com outro problema: a ditadura dos líderes. Segundo Gerson Camata, os horários regimentais que estabelecem o início das sessões e a realização de votações são mudados por vontade dos líderes, em desacordo com o Regimento Interno do Senado.

O senador capixaba também saudou o fotógrafo Sebastião Salgado, agraciado com o prêmio "Faz a Diferença", da Rede Globo. Segundo ele, a premiação é um reconhecimento ao trabalho que está sendo desenvolvido pelo fotógrafo na área ambiental, em propriedade que herdou da família, no Espírito Santo. A área, como disse, foi transformada num "santuário da Mata Atlântica". Mudas de plantas nativas são distribuídas para favorecer a recuperação das matas ciliares ao longo do Rio Doce. Na unidade, onde 80 pessoas estão empregadas, há também atividades de educação ambiental, informou o senador.



12/03/2008

Agência Senado


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