Gestor defende retomada dos grandes reservatórios



A expansão da fronteira agrícola, a poluição e situações de déficit de água ocasionadas em razão das alterações climáticas e da exploração indevida dos recursos figuram entre os principais desafios relacionados à segurança hídrica no Brasil, disse o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Gillo, nesta terça-feira (11).

Em diálogo com técnicos e gestores presentes no ciclo de debates promovido pela área de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Gillo propôs uma reflexão sobre o papel da água na agenda política e institucional brasileira, com o objetivo de estimular o pensamento e contribuir com subsídios para os trabalhos desenvolvidos.

“No semiárido brasileiro, temos uma condição natural existente que está sendo agravada por conta da seca prolongada, e na região Sul do País temos situações de déficit hídrico por razões distintas de superexploração e por alterações do clima. Já nas áreas litorâneas, a grande característica é o problema da poluição hídrica”, indicou.

O presidente da ANA destacou, ainda, a importância dos reservatórios de água para a economia do país. De acordo com ele, quando não há o armazenamento deste recurso, o crescimento do PIB fica diretamente relacionado e dependente do aumento do volume de água. “Nos países pobres, que não possuem infraestrutura hídrica para a reservação: choveu, o PIB cresce; não choveu, o PIB cai. Em países mais desenvolvidos, onde há uma preocupação com os reservatórios de água, é possível descolar o ciclo das chuvas da evolução do PIB”, disse.

No caso do Brasil, Gillo disse que os índices são considerados bons em termos de água reservada, se somados ao montante os indicadores dos reservatórios destinados à produção hidrelétrica. Porém, ele adverte que normalmente esses depósitos não estão totalmente disponíveis para o abastecimento urbano e, caso esses reservatórios fossem retirados do conjunto total, a situação exigiria maior atenção.

“Temos defendido a ampliação do volume de água reservada no território brasileiro. É importante pensarmos em uma política de retomada dos grandes reservatórios. Temos colocado como prioridade a ampliação da reservação, que também poderá propiciar a segurança hídrica. Seja para o período de seca ou de inundação, é necessário aumentar o volume de água destinado aos usos múltiplos”, afirmou.

Fonte:
Secretaria de Assuntos Estratégicos



11/03/2014 18:45


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