Gilberto Goellner critica zoneamento da cana-de-açúcar proposto pelo governo



O senador Gilberto Goellner (DEM-MT) criticou em Plenário, nesta terça-feira (6), o projeto de lei de zoneamento agroecológico da cultura da cana-de-açúcar encaminhado pelo governo federal ao Congresso Nacional no mês passado.

Uma das maiores reclamações de Gilberto Goellner quanto à proposta do governo se refere á proibição de cultivo de cana-de-açúcar na região de seu estado conhecida como Bacia do Alto Paraguai. Segundo ele, o Executivo não levou em conta nem mesmo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que considerou a Bacia do Alto Paraguai como apta à implantação de lavouras de cana-de-açúcar.

- Atualmente 80 por cento do plantio da cana em Mato Grosso está concentrado na Bacia do Alto Paraguai, sem que ao longo dos últimos 25 anos tenha ocorrido qualquer incidente ambiental. O zoneamento irá restringir novos plantios e tornar inviável todos os projetos de instalação de novas usinas, além de limitar a expansão das indústrias já existentes - disse.

A proposta do governo federal, analisada por Gilberto Goellner, proíbe a construção e a expansão da produção da cana-de-açúcar em qualquer área de vegetação nativa, na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai. Estas áreas, somadas às Unidades de Conservação e às terras indígenas, representam 81,5% do território nacional. Essas áreas proibitivas somadas àquelas não indicadas ao plantio de cana alcançam 92,5% do território brasileiro.

Gilberto Goellner lamentou ainda a falta de "qualquer referência", no projeto do Executivo sobre o uso do bagaço de cana para a geração de energia elétrica.

Defendendo a liberação do cultivo de cana na Bacia do Alto Paraguai, ele citou levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelando que98%da expansão da cana-de-açúcar no cerrado ocorre sem desmatamento algum, em áreas já antropizadas, agrícolas e pecuárias.

Gilberto Goellner lembrou ainda a função importante desempenhada pela cana como agente sequestrador de carbono na atmosfera.

- Com o etanol [usado como combustível], o gás carbônico que sai do escapamento dos veículos é reabsorvido, via fotossíntese, pela nova cana que está brotando no campo. Quando a cana é colhida, o carbono é convertido novamente em combustível, reemitido, reabsorvido e assim por diante - explicou.



06/10/2009

Agência Senado


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